Nessa quinta-feira, (13) faleceu aos 70 anos o chefe do governo do Distrito Capital da Venezuela, Darío Vivas em decorrência de infecção pelo novo coronavírus. O funcionário havia sido diagnosticado com covid-19 no dia 19 de julho. A Venezuela registra 30.369 casos confirmados de covid-19, 21.385 se recuperaram da doença, no entanto 259 faleceram. Autoridades prestaram homenagens ao líder chavista.
Me dirijo al Heroico Pueblo de Caracas como responsable de dirigir y acompañar las políticas del Gobierno de Distrito Capital. Informo que he resultado positivo a la prueba del PCR para #COVID__19
— Darío Vivas (@dariovivaspsuv) July 19, 2020
Les oriento acatar los llamados del Pdte. @NicolasMaduro
"Um revolucionário a toda prova que esteve à frente de mil batalhas e lutas junto ao povo", publicou o presidente Nicolás Maduro.
Una inmensa tristeza embarga nuestro corazón por la partida física de un gran hermano de la vida, Darío Vivas. Un revolucionario a toda prueba que estuvo al frente de mil batallas y luchas junto al pueblo. Un gran abrazo a sus familiares y amigos. #HastaLaVictoriaSiempreDarío pic.twitter.com/ZFOOWrd82O
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) August 13, 2020
"Darío, um indispensável, um guerreiro. Sempre o primeiro na primeira fila. Que a dor que sentimos se transforme em paixão pátria e força para vencer todas as batalhas", publicou em seu perfil na rede social o ministro de Relações Exteriores, Jorge Arreaza.
Darío, un indispensable, un guerrero. Siempre el primero de la primera fila. Que el dolor que sentimos por su partida física se transforme en pasión patria y fuerza para vencer en todas las batallas. Que su energía inagotable nos impulse para seguir firmes, rumbo al socialismo. pic.twitter.com/wDKQOSkQJr
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) August 13, 2020
A ex-senadora colombiana, Piedad Córdoba, também escreveu uma mensagem de pesar no seu twitter. "Expresso minha profunda dor pela morte do meu amigo Darío Vivas. Como líder, companheiro e trabalhador aportou muito às pessoas do seu país".
Viva Darío Vivas! https://t.co/hDYMYnyB4m
— Ali Alejandro Primera (@Ali_AlePrimera) August 14, 2020
Segundo a Constituição venezuelana, o cargo de chefe do Distrito Capital é uma função executiva especial, nomeada pelo presidente. A cadeira permanece vazia até que seja indicado oficialmente um sucessor.
História
Natural de San Cristóbal, estado Táchira, fronteira com Colômbia, Darío Ramón Vivas Velasco foi um dos criadores do Movimento V República, fundado pelo presidente Hugo Chávez no início da sua carreira política.
Foi um dos coordenadores das campanhas de liberação dos presos políticos do levante militar de 4 de fevereiro e 27 de novembro de 1992, ente os presos estavam Chávez e Diosdado Cabello. Os eventos de 1992 são considerados por muitos analistas como o ponto de partida para o movimento que levou à Revolução Bolivariana, com a vitoria eleitoral seis anos mais tarde.
:: Relembre a história do primeiro levante militar comandado por Hugo Chávez ::
Em 1993 foi um dos vereadores mais votados de Caracas, cidade onde viveu desde os cinco anos de idade.
Na década seguinte, Vivas foi deputado nacional por dois períodos, de 2006 a 2016, também representou a Venezuela na União Interparlamentar Mundial, em 2015.
Na sua carreira parlamentar, defendeu a reforma da lei eleitoral, dos conselhos comunitários, além da criação de leis que ajudaram a regulamentar o funcionamento do Distrito Capital.
Teve destaque pela aprovação da lei de proteção aos hipotecários, em 2007, que protegia os venezuelanos com dívidas de perder suas casas aos bancos, dando melhores prazos e condições aos financiamentos.
Em 2017 foi sancionado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos junto a outros representantes do governo bolivariano.
Darío "la voz del chavismo"
Com uma história marcada pela militância política, já na adolescência, Darío Vivas foi expulso do Colégio Andrés Eloy Blanco, em Caracas, por organizar uma manifestação contra a invasão dos Estados Unidos à República Dominicana, em 1965.
Em 2006, ajudou a criar o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), uma proposta de Chávez para unir todas os movimentos chavistas em uma mesma organização. 14 anos depois, Vivas ocupava o cargo de vice-presidente de mobilização do PSUV, que conta com mais de 5,5 milhões de filiados.
Apesar de se encarregar atualmente da administração da região metropolitana da capital, Dario Vivas era a voz que coordenava todas as maiores manifestações chavistas dos últimos 20 anos. Capaz de convocar uma manifestação multitudinária em menos de 24 horas.
Tanto no MVR como no PSUV assumiu a tarefa de agitador do partido. Dono de um timbre grave e rouco, mais de uma vez foi considerado "a voz do chavismo".
Edição: Leandro Melito