O projeto vai fazer um mapeamento de boas práticas em certas áreas de resiliência climática
A boa convivência com o clima semiárido pode ser conquistada através de práticas, técnicas e experiências. É assim, por exemplo, que a baixa quantidade de chuvas se configura apenas em um detalhe para muitas pessoas que produzem alimentos saudáveis e agroecológicos.
Nessa ideia, o projeto “Daki - Semiárido Vivo” iniciou um processo de intercâmbio entre agricultores e técnicos das regiões mais secas do Brasil, da Argentina e de El Salvador.
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A ideia é sistematizar e trocar saberes, como um carrossel de conhecimentos entre os três territórios. A iniciativa é do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).
“O projeto vai fazer um mapeamento de boas práticas em certas áreas de resiliência climática, como por exemplo de acesso à água, conservação do solo, manejo e vai construir um material para fazer a capacitação de técnicos e extensionistas rurais, tanto de agências públicas quanto de entidades privadas, que fornecem serviços de assistência técnica e extensão rural”, explica Hardi Vieira, oficial de programas do FIDA.
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No Brasil, a parceria é com a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), atuando no território que compreende parte de todos os estados nordestinos, além do norte de Minas Gerais. Na Argentina, a Fundação para o Desenvolvimento da Justiça e da Paz (Fundapaz), será responsável pelo projeto na região do Grande Chaco. Já em El Salvador o território compreendido é do Corredor Seco, com atuação da Fundação Nacional para o Desenvolvimento (Funde).
O Daki vai trabalhar o processo de resiliência climática, especialmente por causa das mudanças climáticas que vem acontecendo no Semiárido brasileiro. Então o projeto visa que os agricultores e técnicos estejam melhor preparados para lidar com essas alterações.
O projeto propõe que os conhecimentos dos agricultores e agricultoras familiares, povos originários e quilombolas sejam utilizados pelas universidades, centros de pesquisas e até pelo próprio governo.
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“Sempre que se olha para as regiões, sobretudo para as famílias camponesas, se parte de um pressuposto de que esse é um povo atrasado, que é um povo que precisa de ajuda e essa ajuda está em algum outro lugar, geralmente está na academia”, salienta Antônio Barbosa, coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e Sementes do Semiárido, ambos da ASA.
Esse compartilhamento de informações das regiões semiáridas na América Latina serão publicadas em uma plataforma e as formações previstas serão online. A sigla Daki, do inglês, significa dryland adaptation knowledge initiative, "conhecimento sobre a adaptação às terras secas".
Edição: Daniel Lamir