O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), inicialmente por seis meses, por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro da área da saúde.
Além de Witzel, oito pessoas, incluindo a primeira-dama Helena Witzel, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção.
Em nota, a defesa do governador afirma que a decisão foi tomada de forma “monocrática”. A autorização para o afastamento, proveniente da denúncia da PGR, foi autorizada pelo ministro do STJ Benedito Gonçalves. "Os advogados aguardam o acesso ao conteúdo da decisão para tomar as medidas cabíveis", conclui a defesa de Witzel.
Na mesma operação, o presidente nacional do PSC, o pastor Everaldo foi preso, ao lado de Gothardo Lopes Netto, médico e ex-prefeito de Volta Redonda (RJ). Também há mandado de prisão expedido contra Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico.
Contra a primeira-dama Helena Witzel, foi determinado um mandado de busca e apreensão, o que também foi feito contra Cláudio Castro, vice-governador, André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa (Alerj), e o desembargador Marcos Pinto da Cruz.
As denúncias da PGR
De acordo com a acusação, o escritório de advocacia de Helena Witzel teria recebido pagamentos feitos pela empresa familiar de Gothardo Lopes Netto e de empresas ligadas a Mário Peixoto, que teriam sido transferidos para Wilson Witzel.
A Operação Tris in Idem é um desdobramento das operações Favorito e Placebo, iniciadas em maio deste ano após a delação premiada do ex-secretário de Saúde, Edmar Santos.
Na época, o ex-secretário entregou provas à PGR que relacionam o governador ao esquema de corrupção que desviou R$ 37 milhões na pasta com a aquisição de equipamentos hospitalares, justamente um dos fatos investigados pela Placebo.
Edição: Leandro Melito