O Centro de Atenção Psicossocial em Brasília, conhecido como CAPS Candango, está localizado no Setor Comercial Sul, um local movimentado e com muitas lojas, clínicas e empresas no DF. O centro atende há nove anos, pessoas que têm alguma necessidade decorrente do uso de álcool e drogas, principalmente, moradores em situação de rua, que somam quase 42% dos atendimentos.
O espaço sempre sofreu ameaças de fechamento que, agora, se intensificaram com a pandemia. O motivo é a pressão dos comerciantes locais que alegam o incômodo com os pacientes do centro, fato que reforça a estigmatização dessa população que tanto precisa de políticas que garantam seus direitos e dignidade. Defensores do serviço estão se mobilizando para que o espaço continue atendendo e atuando. Como explica Geucilene Vieira, assistente social que está na luta contra a remoção do CAPS.
"Aqui é um território central, público, sempre foi habitado por essa população. Nós entendemos que o serviço está no lugar certo, atendendo a população certa e é direcionado.Todo esse movimento é uma questão política de ocupação de território", afirma.
Segundo os comerciantes, a presença das pessoas naquele espaço afastam os fregueses das lojas .Essa pressão dos lojistas locais expõem um cenário que precariza a vida dessas pessoas atendidas pelo centro de saúde mental, e revela os interesses mercadológicos por trás dessa movimentação.
A Secretaria de Saúde do DF, garantiu que não pretende fechar o CAPS no Setor Comercial Sul. Já os comerciantes locais, quando procurados pela equipe de reportagem, preferiram não dar entrevista.
Edição: Rodrigo Durão Coelho