O processo de cassação do mandato da deputada federal Flordelis (PSD–RJ) foi encaminhado à Corregedoria da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (1). A parlamentar é acusada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) de ser a mandante do assassinato no marido, o pastor Anderson do Carmo. Anderson foi morto com mais de 30 tiros, em casa. O crime aconteceu em junho do ano passado, no município de Niterói, na região metropolitana do Rio.
O pedido de representação contra Flordelis foi feito pelo deputado Léo Motta (PSL-MG). A decisão pelo encaminhamento foi tomada em reunião realizada pela Mesa Diretora. De acordo com a Agência Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ressaltou que o direito de defesa da pastora será respeitado, mas que a análise do caso será rápida.
“Tivemos um caso em que a Câmara não cumpriu o prazo de defesa de um parlamentar, e o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a decisão para dar o prazo. O direito de defesa precisa ser respeitado, mesmo sendo um caso grave e constrangedor. Vamos abrir o prazo. O que precisamos é, na parte que cabe tanto ao corregedor quanto ao conselho, que seja o mais célere possível. Mas o prazo dela será respeitado”, afirmou Maia.
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O corregedor da Câmara, deputado Paulo Bengtson (PTB-PA), prometeu agilidade na análise do caso. “Nós vamos notificar a deputada. Depois de receber a notificação, ela terá cinco dias úteis para apresentar uma defesa por escrito. Ao recebermos essa defesa, aí sim, começará o processo de apuração de tudo aquilo que foi investigado. Nós teremos acesso aos autos do MP-RJ e um prazo de até 45 dias [para apresentar um parecer à Mesa Diretora]”, detalhou Bengtson em reportagem da Agência Câmara.
O Partido Social Democrático (PSD) suspendeu a filiação da deputada e estuda medidas internas para expulsar a cantora gospel responsável pela "Igreja Evangélica Ministério Flordelis – Cidade do Fogo". A parlamentar foi a quinta mais votada do estado do Rio de Janeiro, obteve, ao todo, 196.959 votos e recebeu apoio de políticos e líderes religiosos em sua pré-candidatura, como o senador Arolde de Oliveira (PSD).
A deputada, que tem foro privilegiado e não pode ser presa, foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e pela Polícia Civil no dia 24 de agosto. A investigação concluiu que a parlamentar foi a mentora intelectual do assassinato de Anderson do Carmo.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Jaqueline Deister