Censura

Mídia comercial deve dar sequência às matérias do GGN sobre BTG, diz Fernando Haddad

Por decisão judicial, o GGN foi obrigado a tirar do ar 11 matérias que citam negócios do banco BTG Pactual

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O site vai recorrer da decisão em instâncias superiores
O site vai recorrer da decisão em instâncias superiores - Ricardo Stuckert

O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, escreveu no Twitter, nesta segunda (31), que a “grande mídia faria bem ao princípio da liberdade de imprensa se desse sequência às reportagens do jornalista Luis Nassif sobre o BTG Pactual que foram censuradas, pelo menos até que a decisão judicial seja revista.”

A pedido do BTG, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que o GGN retire do ar 11 reportagens e artigos exclusivos sobre o banco assinados por Nassif e pela repórter Patrícia Faermann. Segundo a decisão, a imprensa deve ser livre numa democracia, mas não para “causar danos à imagem de quem quer que seja”.

A sentença ainda diz que o GGN “transbordou os limites da liberdade de expressão”. Sem entrar no mérito das informações levantadas pelas reportagens, o juiz decidiu que o conteúdo deve ser removido porque pode causar prejuízo financeiro aos acionistas do BTG.

No Twitter, o BTG Pactual virou o segundo assunto mais comentado na manhã desta segunda (31), por causa da censura imposta ao GGN, movimentando mais de 27 mil mensagens.

O GGN recebeu apoio de acadêmicos, juristas, políticos – a ex-presidente Dilma Rousseff repudiou a censura inconstitucional – e de alguns jornalistas nas redes sociais, além de veículos da imprensa alternativa. O site vai recorrer da decisão em instâncias superiores. A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e o Instituto Vladimir Herzog se ofereceram como “amicus curiae”.