O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, escreveu no Twitter, nesta segunda (31), que a “grande mídia faria bem ao princípio da liberdade de imprensa se desse sequência às reportagens do jornalista Luis Nassif sobre o BTG Pactual que foram censuradas, pelo menos até que a decisão judicial seja revista.”
A pedido do BTG, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que o GGN retire do ar 11 reportagens e artigos exclusivos sobre o banco assinados por Nassif e pela repórter Patrícia Faermann. Segundo a decisão, a imprensa deve ser livre numa democracia, mas não para “causar danos à imagem de quem quer que seja”.
A sentença ainda diz que o GGN “transbordou os limites da liberdade de expressão”. Sem entrar no mérito das informações levantadas pelas reportagens, o juiz decidiu que o conteúdo deve ser removido porque pode causar prejuízo financeiro aos acionistas do BTG.
A grande mídia faria bem ao princípio da liberdade de imprensa se desse sequência às reportagens do jornalista @luisnassif sobre o BTG Pactual que foram censuradas, pelo menos até que a decisão judicial seja revista.
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) August 31, 2020
No Twitter, o BTG Pactual virou o segundo assunto mais comentado na manhã desta segunda (31), por causa da censura imposta ao GGN, movimentando mais de 27 mil mensagens.
O GGN recebeu apoio de acadêmicos, juristas, políticos – a ex-presidente Dilma Rousseff repudiou a censura inconstitucional – e de alguns jornalistas nas redes sociais, além de veículos da imprensa alternativa. O site vai recorrer da decisão em instâncias superiores. A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e o Instituto Vladimir Herzog se ofereceram como “amicus curiae”.