O Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu 9,7% no segundo trimestre de 2020 em relação ao trimestre anterior, segundo o Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado nesta terça-feira (1º), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em números absolutos, o valor do PIB em R$ 1,653 trilhão representa a segunda queda seguida e o menor resultado desde o início da série histórica, em 1996.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, de abril a junho, o recuo é de 11,4%. Em termos relativos, esse PIB está no mesmo patamar do registrado no final de 2009, no auge da crise global provocada pela recessão econômica estadunidense, iniciada em 2008.
Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a retração se deve à queda de 12,3% na indústria e de 9,7% nos serviços, devido às medidas de isolamento social durante a pandemia de covid-19.
“Esses resultados referem-se ao auge do isolamento social, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para enfrentamento da pandemia”, explicou a coordenadora à Agência de Notícias IBGE.
Pelo lado da demanda da população por bens e serviços, a maior queda foi no consumo das famílias: um recuo de 12,5%, o que representa 65% do PIB.
“O consumo das famílias não caiu mais porque tivemos programas de apoio financeiro do governo. Isso injetou liquidez na economia. Também houve um crescimento do crédito voltado às pessoas físicas, que compensou um pouco os efeitos negativos”, afirma Palis.
Pela demanda de bens e serviços pelo governo, também houve recuo (-8,8%). “Na saúde, os gastos ficaram mais focados no combate à covid-19, e as pessoas tiveram receio de buscar outros serviços, como consultas e exames, durante a pandemia.
Na educação, utilizamos nas contas o percentual do Ministério da Educação de alunos que tiveram aulas ou não. Isso fez com o que o consumo do governo caísse bastante também.”
Os únicos registros de aumentos foram em atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,8%) e as atividades imobiliárias (0,5%).
Edição: Leandro Melito