Devido à pandemia da covid-19, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) transferiu o primeiro turno das eleições, que tradicionalmente ocorrem em outubro, para o dia 15 de novembro. Os eleitores poderão ir às urnas novamente no dia 29 de novembro, quando será realizado o segundo turno nas cidades brasileiras, com mais de 200 mil eleitores, em que o candidato mais votado não tiver obtido maioria, mais um, dos votos válidos.
Os tribunais regionais eleitorais de todo o país registrarão candidaturas até o dia 26 de setembro. Até lá, todos os nomes que os partidos apresentem à imprensa são denominados como pré-candidatos. Como se trata de eleição local, a população carioca vai escolher, pelo Poder Legislativo, os 55 vereadores que vão compor a Câmara Municipal. E, pelo Executivo, vai votar para o próximo prefeito ou prefeita da capital fluminense.
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O Brasil de Fato elaborou uma breve biografia de alguns dos principais pré-candidatos anunciados pelos partidos. Alguns nomes que poderão entrar na disputa são: o do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que tentará a reeleição, o do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), a da ex-governadora do estado Benedita da Silva (PT), além das deputadas estaduais Martha Rocha (PDT), Renata Souza (Psol) e Enfermeira Rejane (PCdoB) e do vereador Paulo Messina (MDB).
Da Câmara dos Deputados para o Rio. Podem ainda concorrer à prefeitura da capital os deputados Hugo Leal (PSD), Clarissa Garotinho (Pros), filha dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, e Luiz Lima (PSL), que poderá substituir o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) na disputa. O ex-deputado federal Cabo Daciolo (PL) e o empresário Paulo Marinho (PSDB) também podem se confirmar como candidatos na corrida eleitoral.
No último dia 21, o Instituto Paraná divulgou duas pesquisas que mostram a dimensão de cada uma das pré-candidaturas nas urnas, caso elas sejam confirmadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro e pelos respectivos partidos. A primeira delas é a pesquisa espontânea, na qual o entrevistado não tem à disposição os nomes dos possíveis candidatos. Nela, Eduardo Paes tem 29,5% e Crivella aparece com 15,7%. Na sequência, vêm Martha Rocha (10,1%), Benedita (7,4%), Daciolo (5,2%), Clarissa Garotinho (3,4%), Rodrigo Amorim (1,3%), Renata Souza (1,1%) e Paulo Messina (0,7%).
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A pesquisa estimulada, quando é apresentado ao entrevistado alguns nomes, altera o cenário anterior minimamente, com Eduardo Paes liderando com 28,6%. Em seguida, vêm o prefeito Marcelo Crivella (15,4%), Martha Rocha (9,3%), Benedita (7%), Daciolo (5,1%), Clarissa Garotinho (3,1%), Rodrigo Amorim (1%), Renata Souza (0,9%) e Paulo Messina (0,4%).
Conheça alguns pré-candidatos
Marcelo Crivella (Republicanos) tenta o segundo mandato consecutivo como prefeito do Rio de Janeiro. O prefeito, de 62 anos, foi senador entre 2003 e 2017 e ministro da Pesca de 2012 a 2014. Passou pelo Partido Liberal (PL) e atualmente está no Republicanos, antigo Partido Republicano Brasileiro (PRB), de orientação conservadora e cristã. Crivella foi alvo de alguns pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Vereadores, o mais recente foi protocolado nesta terça-feira (1).
Eduardo Paes (DEM) tem 50 anos e começou na política no início dos anos 1990, como subprefeito da Zona Oeste. Foi vereador e esteve por dois mandatos na Câmara dos Deputados representando o estado do Rio. Antes de se tornar prefeito da capital, foi secretário estadual de Turismo, Esporte e Lazer no governo de Sérgio Cabral (MDB). Duas vezes prefeito da capital, Paes passou por partidos como PV, PSDB, PMDB e em 2018 se filiou ao DEM, partido de centro-direita.
Martha Rocha (PDT) foi eleita deputada estadual em 2014 para a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) com a bandeira da segurança pública. Primeira mulher a chefiar a Polícia Civil, a ex-delegada passou pelo PSB e PSD e está filiada desde 2016 ao PDT. Em seu segundo mandato na Alerj, integra a comissão que fiscaliza os gastos em saúde do governo do estado com a pandemia da covid-19. Também no Legislativo, Martha Rocha, de 61 anos, presidiu a CPI do Feminicídio.
Benedita da Silva (PT) é militante dos movimentos de favela, negro e das mulheres e se tornou vereadora em 1983. No governo do presidente Lula, ela foi Secretaria Especial da Assistência e Promoção Social. Benedita foi governadora do estado do Rio de 2002 ao início de 2003, senadora, secretaria estadual de Assistência Social e Direitos Humanos e, aos 78 anos, exerce seu quarto mandato de deputada federal pelo estado.
Cabo Daciolo (PL) tem 44 anos e ganhou projeção, em 2011, ao liderar uma greve dos bombeiros. Em 2014, foi eleito deputado federal pelo Psol, mas foi expulso do partido no ano seguinte por propor no Congresso que a frase "todo poder emana do povo" na Constituição fosse substituída por "todo poder emana de Deus". Votou contra Dilma Rousseff no processo de impeachment e criou polêmicas como candidato na eleição presidencial de 2018.
Clarissa Garotinho (Pros) começou a vida pública no movimento estudantil. Está em seu segundo mandato consecutivo como deputada federal, antes a parlamentar de 38 anos foi vereadora (2009) e duas vezes deputada estadual (2011 e 2015). Filha dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha, Clarissa foi também secretária de Desenvolvimento, Emprego e Inovação no governo de Crivella. A deputada já foi filiada aos partidos PDT, PSB, PMDB, PR e PRB.
Rodrigo Amorim (PSL), de 41 anos, exerce seu primeiro mandato como deputado estadual e foi eleito em 2018 na onda bolsonarista. Durante um comício, quebrou uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco, assassinada meses antes. O ato foi criticado internacionalmente. Como deputado, Amorim realizou uma inspeção sem autorização no Colégio Pedro II. O diretor da instituição registrou boletim de ocorrência contra o parlamentar, na Polícia Federal, por abuso de autoridade.
Renata Souza (Psol) é filiada ao Psol desde 2007 e foi eleita para a Alerj em 2018, em um conjunto de candidaturas que levantaram as bandeiras de direitos humanos da vereadora assassinada Marielle Franco. Jornalista, doutora em comunicação, Renata tem 38 anos, integrou o mandato do então deputado estadual Marcelo Freixo, foi chefe de gabinete de Marielle na Câmara Municipal e atualmente presidente a Comissão de Direitos Humanos da Alerj.
Paulo Messina (MDB) é vereador, tem 45 anos e esteve na linha de defesa na Câmara Municipal para arquivar o processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella. Na época, Messina se licenciou do cargo de secretário da Casa Civil na Prefeitura para retomar o mandato como vereador. Posteriormente, rompeu com o prefeito.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Eduardo Miranda