A vacina russa contra a covid-19, conhecida como Sputnik V, apresentou respostas imunes e não teve efeitos adversos, conforme um estudo publicado em uma das maiores revistas científicas do mundo, The Lancet, nesta sexta-feira (4).
Ainda assim, os russos reconheceram que são necessários mais testes para que a eficácia da vacina seja comprovada, uma vez que ainda não foram realizadas todas as etapas.
Segundo a pesquisa, não foram constatados resultados adversos até 42 dias após a aplicação da vacina, e todos os 76 participantes desenvolveram anticorpos em até 21 dias.
Conforme informaram cientistas do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, responsável pelo desenvolvimento da vacina em Moscou, a resposta foi melhor do que a vista em pacientes que foram infectados e se recuperaram naturalmente.
"É um estudo aguardado, publicado em uma revista séria. Hoje a vacina pode ser categorizada como realmente uma candidata, mas isso ainda depende de estudo de fase três onde estão 7 outras vacinas", disse Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, ao G1. Na terceira fase, a vacina é testada em um contingente expressivo de pessoas, quando a eficácia pode ser comprovada em larga escala.
No Paraná, um representante do governo estadual, o chefe da Casa Civil, Guto Silva, e o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov, se reuniram para pensar uma possível parceria. Na ocasião, o estado brasileiro ofereceu a estrutura do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para a produção.
“Tivemos a aprovação do embaixador e agora os protocolos do acordo serão preparados pelas equipes do Paraná e da Rússia. Em seguida será agendada uma reunião dele com o governador Carlos Massa Ratinho Junior para a finalização dessa parceria, que pode incluir, ainda, a produção de medicamentos para a doença”, informou o chefe da Casa Civil, em nota da assessoria do governo.
Apesar do Brasil estar se colocando como um campo de testes, isso não garante que os brasileiros sejam contemplados com as vacinas. Isso porque o domínio tecnológico está na mão de grandes conglomerados farmacêuticos.
Edição: Leandro Melito