Movimentos sociais do Brasil e do Paraguai se reuniram neste sábado (12), para analisar como estão sendo feitas as negociações para a revisão do Tratado da Hidrelétrica Binacional Itaipu, localizada no Rio Paraná, na fronteira entre os dois países.
Entre os participantes do evento, que aconteceu de forma online, estavam representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), dos trabalhadores da Eletrobras e da campanha Itaipu ñame mba’e, que em guarani significa “Itaipu patrimônio nosso”. O seminário está disponível no Facebook da campanha.
Embora a revisão do tratado esteja prevista para acontecer apenas em 2023, os governos dos dois países já começaram a discutir suas propostas para o acordo.
A campanha Itaipu ñame mba’e foi lançada em julho de 2019 no Paraguai e reivindica, entre outros pontos, a anulação desse acordo, além do controle da estatal pelo Paraguai, com o objetivo de administrar e destinar os fundos da hidrelétrica para a produção e desenvolvimento social.
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O Ministério de Minas e Energia do Brasil, em fevereiro do ano passado, formalizou a criação de um grupo de trabalho para coordenar o desenvolvimento de estudos para subsidiar o processo de revisão do texto.
Itaipu Patrimônio Nosso
Para os organizadores da campanha, o tratado, firmado em 1973 durante as ditaduras brasileira e paraguaia, é “fruto de uma invasão brasileira do território paraguaio”, como afirmam na nota divulgada durante o lançamento.
Outra reivindicação apresentada pelos organizadores é “a recuperação da hidrelétrica para o desenvolvimento integral dos povos paraguaio e brasileiro, através da produção, comercialização e manejo soberano da entidade”.
Edição: Camila Salmazio