Faltando menos de quatro meses para acabar o ano de 2020, o estado do Rio de Janeiro ainda não atingiu 50% da cobertura de vacinas oferecidas no calendário de imunização da criança e do adolescente.
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De acordo com a secretaria estadual de Saúde, as vacinas contra o rotavírus e a BCG, contra a tuberculose, tinham como meta uma cobertura de 90% este ano, mas de janeiro a agosto, a primeira atingiu cerca de 47% do público-alvo e a segunda 48%. A cobertura mais baixa nesses oito meses, de 44%, ficou com a vacina contra a poliomielite. Apenas a vacina contra a pneumonia atingiu 50% do público-alvo.
O médico sanitarista da Secretaria de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, atribui a baixa procura pelas vacinas à pandemia de covid-19, que impôs medidas de distanciamento social e fez com que as pessoas não saíssem de casa.
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Segundo Chieppe a situação se reflete, principalmente, nas vacinas aplicadas em crianças com menos de um ano de idade, como a pentavalente, a BCG e contra a meningite do tipo C.
A Campanha Nacional de Multivacinação começa no dia 5 de outubro. Mas, para o assessor científico da Fiocruz, Akira Homma, além das campanhas de vacinação, é preciso reforçar as estratégias para motivar a população e mostrar os benefícios que a vacina traz.
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Ele salienta que a baixa cobertura pode trazer de volta doenças já erradicadas, como aconteceu com o sarampo.
O pesquisador citou, inclusive, a necessidade de combater as fake news sobre as reações adversas das vacinas e que, conforme enfatizou, são um desserviço à saúde pública.