O governo estadual de Minas Gerais anunciou, nesta quinta-feira (24), um movimento de retorno gradual das aulas presenciais no estado a partir de 5 de outubro.
O governador Romeu Zema (NOVO) indicou que a decisão foi tomada com base em estudos técnicos e devido à queda do número de óbitos por complicações da covid-19. O protocolo sanitário que guiará a volta às aulas, no entanto, ainda não foi a presentado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
Governo está trabalhando para colocar a comunidade escolar com data marcada de contaminação.
As entidades representativas dos professores são unânimes em contestar a retomada. A principal fragilidade apontada está justamente na falta de um protocolo amplamente debatido e conhecido pela comunidade escolar.
“O governo vai apresentar o protocolo depois de anunciar a retomada? Isso deveria ser a primeira coisa a ser apresentada”, disse Valéria Morato, presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG). “O governo está trabalhando para colocar a comunidade escolar com data marcada de contaminação”, asseverou.
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Classificação de risco
Os tipos de instituições de ensino que poderão retomar as atividades presenciais dependem da classificação do risco da região onde estão localizadas, seguindo os parâmetros do governo. Locais classificados na faixa amarela – intermediária – poderão reabrir os cursos de educação superior, incluindo graduação e pós-graduação.
A educação básica, educação infantil e os ensinos fundamental e médio, por sua vez, poderão retornar presencialmente apenas nas regiões incluídas na "onda verde” – baixo risco.
Os municípios terão, mesmo assim, autonomia para deliberar sobre a abertura, ou não, das instituições de ensino. Isso porque a adesão ao plano de reabertura do governo não é obrigatória, sendo que 25% dos municípios mineiros não aderiram.
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Um estudo apresentado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em julho concluiu que o retorno das aulas presenciais representa risco para 9,3 milhões de brasileiros. A análise é baseada na quantidade de adultos e idosos com doenças crônicas – grupos de risco da covid-19 – e que vivem junto a crianças e adolescentes em idade escolar. Minas Gerais, com cerca de um milhão de pessoas nessa situação.
Fonte: BdF Minas Gerais
Edição: Rodrigo Chagas e Rafaella Dotta