Os três integrantes do Partido pelo Socialismo e Libertação (PSL) dos EUA, detidos na semana passada, foram libertados nessa quinta-feira (24).
Lillian House, Eliza Lucero e Joel Northam foram presos sob falsas acusações, relacionadas com os protestos antirracistas no estado do Colorado, na última quinta-feira (17), durante uma uma ação policial planejada. Os militantes passaram uma semana na prisão em condições inseguras e desumanas, sem direito ao devido processo legal. Russel Ruch, que também tinha sido detido, deixou a prisão antes de seus companheiros.
Na quinta-feira, o tribunal do Colorado estabeleceu fiança para os três ativistas, que não podem mais ser detidos por prisão preventiva. No entanto, a Procuradoria do distrito ainda não retirou as acusações contra eles, que vão desde a sequestro e motim a crimes menores, como perturbação da paz.
Os militantes, após a saída da prisão, denunciaram as péssimas condições que os presos enfrentam em meio de uma pandemia. Segundo Lillian e Eliza, que estavam detidas na unidade feminina da prisão, as supostas medidas de segurança contra a covid-19 fizeram com que fossem mantidas em isolamento por 23 horas e 20 minutos. Muitas vezes elas, elas não puderam contar nem com os 40 minutos de "tempo de saída", porque os guardas atrasavam os procedimentos.
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Os três também relataram que tiveram que levar suas próprias máscaras e que não puderam tomar banho durante toda a semana.
Os militantes do PSL vêm denunciando, em meio à maior repressão nacional contra o movimento Black Lives Matter, crimes policiais no estado do Colorado, em particular, o assassinato racista de Elijah McClain, um jovem negro que morreu sufocado pela polícia em 2019. Enquanto isso, centenas de ativistas em todo o país estão sendo literalmente seqüestrados pelas forças policiais, como denunciam diferentes organizações.
Durante a semana em que permaneceram na prisão, os ativistas receberam muito apoio dos movimentos populares, organizações e partidos políticos de esquerda de todo o mundo, que denunciaram a natureza política das acusações. Organizações do Marrocos à África do Sul e de Bangladesh à Irlanda denunciaram a criminalização de movimentos antirracistas no país. Elas também condenaram a hipocrisia da Justiça estadunidense, por apresentar sérias acusações contra militantes que exigem o fim da impunidade política, enquanto a polícia, que assassinou centenas de pessoas, não tem sido acusada legalmente.
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*Com informações do Peoples Dispatch.
Edição: Luiza Mançano