A decisão sobre a extradição ou não do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, só será tomada após a conclusão da eleição presidencial nos Estados Unidos, afirmou nesta sexta-feira (25) a juíza do caso, Vanessa Baraitser. O pleito está marcado para 3 de novembro.
Durante a audiência, em Londres, o advogado de Assange, Edward Fitzgerald QC, pontuou que as acusações contra o jornalista partem de motivações políticas de Donald Trump – ou seja, se a população dos EUA eleger outro presidente, o entendimento do acusador (o governo dos Estados Unidos) em relação ao caso pode mudar.
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Para conseguir postergar o resultado do julgamento, Fitzgerald pediu mais tempo à juíza para preparar seus argumentos finais. “Evidentemente, parece improvável que seremos capazes de obter o julgamento antes de 4 de novembro, mesmo que você pudesse obter nossas alegações. Você tem que ter em mente que há uma eleição e o futuro é incerto”, argumentou ele.
O defensor afirmou que havia elementos da acusação relacionados diretamente à presidência de Trump, dizendo que "seria pior se Trump estivesse lá". Fitzgerald sinalizou à juíza: “Estamos lidando com riscos reais”.
A juíza Vanessa Baraitser aceitou a alegação da defesa e confirmou que esperará o resultado das urnas. “Concordo com você. De uma forma ou de outra, minha decisão provavelmente ocorrerá após as eleições nos Estados Unidos”, respondeu a magistrada.
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Ela deu à defesa quatro semanas para preparar as apresentações de encerramento por escrito, e outras duas semanas para o governo dos Estados Unidos. Baraitser declarou que pode marcar uma data para o julgamento final já no fim da próxima semana.
O caso
Julian Assange tornou públicos diversos crimes de guerra cometidos pelo Exército norte-americano nas invasões ao Iraque e ao Afeganistão. Por isso, pode responder por espionagem e conspiração nos EUA. Ao todo, são 18 acusações, que podem render uma pena de 175 anos ao jornalista. Autoridades americanas teriam dado garantias verbais ao Reino Unido de que Assange não corre risco de ser condenado à pena de morte, nos EUA.
Juristas consideram remota a possibilidade de absolvição de Assange na Corte americana. Por conta disso, o julgamento no Reino Unido passa a ser fundamental.
Edição: Rodrigo Durão Coelho