Iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) junto a agricultores familiares e padarias comunitárias levou 10 toneladas de alimentos e 650 pães para mil famílias carentes de Curitiba e Araucária, na última sexta-feira (25).
Cada um contribuiu a partir do próprio trabalho e experiência na ação coletiva Marmitas da Terra envolveu cerca de 90 voluntários e voluntárias, entidades e sindicatos.
Os alimentos chegaram a famílias das Vilas Santa Cruz e Favorita, em Araucária, por meio das associações de moradores; e em Curitiba, no Jardim Santos Andrade, com entrega na associação local, e na Vila São Pedro, a partir do Centro Comunitário e de Proteção Alimentar Padre Miguel (Cecopam).
Agricultura familiar
As hortaliças e legumes vieram de lavouras da agricultura familiar de São José dos Pinhais e também de agricultores da comunidade quilombola do Feixo, localizada na Lapa. São produtos que não se encaixam no “padrão de mercado”, seja pelo tamanho ou pela cor, mesmo estando próprios para consumo.
A partir da doação dos agricultores, os mutirões de colheita organizados pelo MST garantiram que os alimentos chegassem na mesa de quem mais precisa.
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Já os pães foram produzidos por padarias comunitárias de Curitiba, formadas especialmente por mulheres. Elas integram a Associação de Cozinhas e Padarias Comunitárias Fermento na Massa, que reúne coletivos da capital e de outras cidades do estado.
Marmitas da Terra
A ação Marmitas da Terra, teve início em maio para distribuir gratuitamente marmitas para pessoas em situação de rua e famílias da periferia de Curitiba e região. O trabalho acontece todas as quartas-feiras, com a produção de cerca de 700 quentinhas. Ao todo, 19 mil marmitas já foram doadas.
A maior parte dos alimentos utilizados nas refeições vêm de áreas da reforma agrária e da agricultura familiar. Uma campanha de financiamento busca manter o projeto até dezembro deste ano.
Desde julho, o coletivo de voluntários passou a realizar os mutirões de colheita em áreas da agricultura familiar, tanto para doações diretas a famílias e comunidades, quanto para compor o cardápio semanal das marmitas.
Em setembro, mês da chegada da primavera e do período de plantio, o coletivo iniciou também a criação de hortas e agroflorestas coletivas no Assentamento Contestado, na Lapa (PR).
A intenção é garantir alimentos saudáveis para a continuidade da produção das marmitas e também das doações de alimentos que o MST tem realizado. Cerca de 430 toneladas de alimentos foram doadas em todo o estado desde o início da pandemia, por mais de 170 comunidades do movimento.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Lia Bianchini