Jornalistas de várias partes do mundo divulgaram nesta terça-feira (29) um manifesto em favor da libertação de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, e também pela liberdade de imprensa.
O grupo se solidarizou com o jornalista australiano, preso em Londres sob acusação de espionagem e alvo de um julgamento sobre sua extradição para os Estados Unidos. O comunicado sinaliza que o processo contra ele abre precedente “extremamente perigoso para jornalistas, meios de comunicação e liberdade de imprensa”.
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“Julian Assange, editor do Wikileaks, foi acusado de acordo com a Lei de Espionagem dos EUA por publicar os diários de guerra do Afeganistão e do Iraque e telegramas do Departamento de Estado, documentos importantes que muitos de nós usamos e ajudamos a publicar em todo o mundo”, pontuaram os autores.
“Não queremos ficar em silêncio neste momento”, enfatizaram os jornalistas. A declaração inclui uma citação do Relator Especial das Nações Unidas (ONU) sobre Tortura, Nils Melzer, que investigou o caso. “Estamos abrindo um precedente legal pela porta dos fundos de nossa própria complacência, que no futuro pode e será aplicado a divulgações publicadas pelo The Guardian, The New York Times e ABC News", disse ele.
::“Se Julian Assange é culpado, eu também sou”, afirma Roger Waters::
O grupo ressaltou que a liberdade de Assange significa, também, a manutenção da liberdade de expressão. “Acusar de espionagem quem publica material fornecido por vazamentos também é uma novidade que deve disparar o alarme de todos os jornalistas e veículos de comunicação”.
Os jornalistas convocaram todos os profissionais de mídia do mundo para que se juntem ao movimento em prol da libertação de Assange. Jornalistas que queiram reforçar o apelo podem assinar o manifesto no site do movimento.
“Como jornalistas e organizações de jornalistas que acreditam nos direitos humanos, na liberdade de informação e no direito do público de saber, exigimos a libertação imediata de Julian Assange”, clamaram.
Edição: Rodrigo Chagas