Artistas, ativistas e políticos do Brasil e de Portugal se uniram em uma transmissão ao vivo na última quarta-feira (7) para pedir que o cacique Raoni Metuktire receba o Prêmio Nobel da Paz 2020, que será entregue no próximo dia 10. O indígena, da etnia caiapó, tem 88 anos e é um líder reconhecido internacionalmente por sua luta em defesa dos povos indígenas e da Amazônia.
A transmissão foi mediada pela atriz Lucélia Santos e contou com a participação de líderes como Sônia Guajajara, coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, deputados federais como Nilto Tatto (PT), Tulio Gadêlha (PDT) e Erika Kokay (PT), artistas como Caco Ciocler, Zezé Mota, Paulo Betti e Dira Paes, além do próprio Raoni.
Diretamente de Portugal, participaram a deputada Joana Mortágua, a escritora e ativista Guadalupe Portelinha, e o cientista político Carlos Serrano, coordenador do coletivo Paulo Freire.
"Queremos visibilizar a luta em defesa da floresta, que tem sido protagonizada pelas comunidades indígenas e originárias no Brasil", disse Mortágua. "A paz é muito mais que a ausência de guerra. É a proteção da floresta e dessas comunidades. Se Bolsonaro significa a guerra, cacique Raoni representa a paz, a resistência".
Para Sônia Guajajara, a entrega do Nobel da Paz para Raoni significaria um reconhecimento à luta de todos os indígenas do Brasil: "Estamos na contagem regressiva, com muito desejo de que esse prêmio venha para o Brasil, pelas mãos do cacique".
Além do cacique Raoni, há uma campanha internacional para que o Nobel da Paz seja entregue aos médicos cubanos, em reconhecimento ao trabalho das brigadas que atuaram no tratamento da covid-19.
Edição: Daniel Giovanaz