Todas as agências bancárias do Santander, Itaú e Bradesco localizadas na avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, amanheceram fechadas nesta quinta-feira (15) em protesto contra as demissões em massa que os bancos têm feito durante a pandemia. O ato contou também com uma manifestação dos bancários para explicar à população as principais reivindicações.
O Sindicato dos Bancários do Rio, responsável pela organização, afirma que os bancos privados, entre eles Bradesco, Itaú e Santander, assinaram um acordo se comprometendo a não desligar ninguém da empresa neste período, exceto em situações de justa causa.
Contudo, as empresas seguem descumprindo o acordo. Segundo o sindicato, as demissões no Santander começaram ainda em julho, primeiro pontualmente, em diferentes agências e cidades, mas os números foram se multiplicando. Itaú e Bradesco seguiram a mesma cartilha: demissões pontuais que se tornaram dezenas e, depois, centenas.
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Uma bancária, que prefere não se identificar, conta que trabalhou por 33 anos no Bradesco e foi demitida durante a pandemia por e-mail.
“Eu tenho 33 anos de banco, estava em home office devido a pandemia, sem me dar função nenhuma. Agora em 1° de outubro eu recebi uma ligação para abrir meu e-mail e fui demitida. Disseram que eu não sirvo mais para a empresa. Isso tirou o meu chão. Eu queria ter uma explicação, por que os bancos estão fazendo isso? Demitir na pandemia é uma crueldade”, relata.
O sindicato ressalta que nenhum dos bancos citados teve prejuízo no período da pandemia. De acordo com o levantamento da entidade, o Itaú lucrou mais de R$ 8 bilhões no primeiro semestre; o Bradesco R$ 7 bilhões e o Santander R$ 6 bilhões.
Segundo Adriana Nalesso, presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, nos últimos sete meses, os bancos economizaram com as medidas adotadas pelas empresas para combater o coronavírus.
“Quem lucra não pode demitir em um momento de pandemia. Os bancos estão economizando milhões com o fechamento de agências e o home office. Não há justificativa para jogar milhares de famílias no desemprego em plena pandemia. Eles fazem propaganda de que são solidários, exploram a imagem de socialmente responsáveis, mas têm agido de forma cruel. Nossa denúncia tem ecoado nas redes sociais e agora está ocupando as ruas”, afirma.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Jaqueline Deister