Sem máscara, Bolsonaro (sem partido) provocou aglomeração nas duas cidades que visitou no Maranhão, São Luís e Imperatriz. Enquanto isso, o governador Flávio Dino (PCdoB), que não foi convidado, entregou, via internet, três obras educacionais, sendo um novo campus da Universidade Estadual do Maranhão na cidade de São Bento e duas escolas.
Toda a comitiva presidencial percorreu as cidades sem qualquer tipo de proteção, enquanto o presidente erguia crianças e cumprimentava idosos. Além disso, manteve o perfil de declarações preconceituosas. Após beber o refrigerante Jesus, típico do estado e de cor rosa, declarou: “virei boiola, igual maranhense”.
A declaração será alvo de processo. É o que prometeu o governador Flávio Dino, que lamentou a atitude do presidente e declarou que Bolsonaro “veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro”. E o mais grave, “usou dinheiro público para propaganda política”.
Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro. Fez piada sem graça com uma de nossas tradicionais marcas empresariais: o guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda politica. Será processado.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) October 29, 2020
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Estrutura montada no aeroporto internacional de São Luís é subutilizada / Blog Jorge Vieira
Apesar da aglomeração, a estrutura de segurança montada com recursos públicos no aeroporto internacional de São Luís superestimou a recepção dos maranhenses e os cercadinhos liberados para a população não chegaram a 50% de uso, conforme imagens divulgadas.
Nas duas cidades, as "visitas técnicas" eram a obras iniciadas antes de seu governo. Em São Luís, a visita foi para a inauguração de 5 km de recuperação asfáltica da BR-135, no quilômetro 37, trecho entre São Luís e Bacabeira, além de vistoria das obras de duplicação. E em Imperatriz, ao recém-inaugurado Panelódromo, um complexo gastronômico.
Em discurso na capital, Bolsonaro homenageou o Exército, em especial o general Augusto Heleno, que faz aniversário de 73 anos nesta quinta (29): "Ele está com corpinho de capitão, e gás de terceiro sargento. Obrigado general Heleno, por ser nossa inspiração em quase tudo o que fazemos", declarou.
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Além da esperada recepção de aliados, nas duas cidades também foram registradas manifestações contrárias à visita. O prédio histórico Re(o)cupa, no centro da capital, exibiu uma bandeira que questiona depósitos de Fabrício Queiroz à esposa do presidente, Michele Bolsonaro. Em outros pontos, foram registradas colagem de cartazes e protestos com populares nas ruas.
Na comitiva presidencial, participaram os ministros das Comunicações, Fábio Faria, do Gabinete de Segurança Institucional, Tarcísio de Freitas, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, além do senador Roberto Rocha (PSDB - MA), que articulou a agenda.
Edição: Rodrigo Chagas