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Crianças relembram o crime da Vale em Mariana no Radinho BdF

Na véspera dos 5 anos do rompimento da barragem do Fundão, a edição fala sobre a mineração e quais são seus riscos

Ouça o áudio:

O Rio Doce antes do rompimento da barragem do Fundão - Agência Brasil
“O lucro não vale a vida e nem o meio ambiente de ninguém”

Alerta de gatilho: o programa dessa semana traz relatos fortes de pessoas que foram atingidas pelo rompimento da barragem do Fundão, na cidade de Mariana (MG), em novembro de 2015.

A edição do Radinho BdF desta quarta-feira (04) lembra os 5 anos do crime da Vale em Mariana, em Minas Gerais. No dia 5 de novembro de 2015, a barragem do Fundão, da Samarco, se rompeu liberando um verdadeiro mar de lama tóxica que destruiu casas, plantações e contaminou o Rio Doce.  

E para entender melhor o que é uma barragem e para que ela serve, a boneca Maria Bonita, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), explica o que é a atividade de mineração.

No programa dessa semana, você também vai aprender uma brincadeira com pedrinhas chamada “3 Marias”, que a repórter Mariana Lemos do Brasil de Fato ensina.

E falando em pedras, atividades como a mineração devem ser feitas com muita cautela e seguindo procedimentos técnicos de segurança, caso contrário, podem gerar situações como a de Mariana (MG). 

Quando tudo isso aconteceu, a Brenda Xavier dos Santos, moradora de Mariana, tinha apenas 4 anos. Hoje, ela continua morando na cidade, já que por sorte sua casa não foi atingida pela lama da mineração. Mas, muitas outras crianças não tiveram a mesma sorte.

Como foi o caso da Vitória Silvério e da Wiliane Silvério, que perderam a sua casa. Wiliane conta que “sente muita falta dos seus vizinhos”.

Além da saudade dos amigos, algumas crianças foram contaminadas pela lama e tiveram a saúde comprometida. A Sofia Marques, de 5 anos, moradora de Barra Longa (MG), cidade vizinha de Mariana, é uma delas. Ela toma remédios diariamente devido a contaminação e reclama do gosto ruim da medicação.

A natureza também foi destruída, João Miguel, de 6 anos, viu na TV o Rio Doce que ficou coberto de lama. Os peixes e outros seres vivos que habitavam aquelas águas não moram mais ali. E na voz do rio, a contadora de história Márcia Marçal relembra o crime, mas também fala de esperança.

"Uma bacia

Um vale

Eu era a melodia

Hoje, eu sou silêncio

Meu leito virou lama

Meu peito chumbo e cromo

Minhas margens eram doces

Assim que me chamavam: Rio Doce"


Toda quarta-feira, uma nova edição do programa estará disponível nas plataformas digitais. / Brasil de Fato

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Sintonize

O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 9h às 9h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.

Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o Radinho BdF de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].

O material é produzido pela equipe do Brasil de Fato e conta com aconselhamento de Juliana Doretto, professora da PUC de Campinas que estuda como as crianças e jovens aparecem nas notícias.

 

Edição: Michele Carvalho