Outros três veículos de comunicação confirmaram, nesta quinta-feira (5), que demitiram o economista Rodrigo Constantino. Correio do Povo, Rádio Guaíba e Record anunciaram o afastamento do boslonarista, que causou revolta nas redes sociais após afirmar que poderia não denunciar o estuprador de sua própria filha.
A declaração foi dada enquanto o comentarista analisava o caso da influencer Mariana Ferrer, que acusa o empresário André Aranha de estupro em uma casa noturna em Jurerê Internacional, em Santa Catarina.
“Se a minha filha chegar em casa – e eu dou boa educação para que isso não aconteça – e chegar em casa dizendo que foi pra uma festinha e disser ‘pai fui estuprada’. Eu vou falar para me dar as circunstâncias. [E ela diz] ‘Fui para uma festinha, eu e três amigas. Tinham 18 homens, nós bebemos muito. E eu tava ficando com dois caras. Acabei dormindo lá e fui abusada’. Ela vai ficar de castigo feio. E eu não vou denunciar um cara desses para a polícia. Eu vou dar esporro na minha filha, porque alguma coisa ali ela errou feio. E eu devo ter errado para ela agir assim", afirmou.
No mesmo dia, a rádio paulistana anunciou a demissão do economista. “A Jovem Pan esclarece que desaprova veementemente todo o conteúdo publicado nos canais pessoais e apresentado nessa live. Reafirmamos que as opiniões de nossos comentaristas são independentes e necessariamente não representam a opinião do Grupo Jovem Pan. No caso de Mariana Ferrer, defendemos que a vítima não deve ser responsabilizada pelos atos de seu agressor.”
Hoje, em nota conjunta, foi a vez de Correio do Povo, Record e Rádio Guaíba demitirem publicamente o economista. “Diante dos fatos recentes e em sintonia com a decisão tomada pelo Grupo Record, a Rádio Guaíba e o jornal Correio do Povo optaram por rescindir o contrato com o colunista Rodrigo Constantino, que ocupava espaços semanais na rádio e também no jornal.”
Constantino passou as últimas 24 horas tentando justificar suas declarações e culpando os anunciantes das empresas por sua demissão. Resta agora ao jornalista, apenas seu canal no Youtube. “A Record foi mais um veículo que não aguentou a pressão. O departamento comercial pede 'arrego', pois recebe pressão de fora, dos chacais e hienas organizados, dos 'gigantes adormecidos'. Sim, perdi mais um espaço, mas sigo com minha total independência e com minha integridade", encerrou o desempregado Constantino.
Em seus comentários e análises, o jornalista e economista nunca escondeu sua admiração por Jair Bolsonaro (sem partido), personagem constante de seus textos e vídeos. Em setembro deste ano, Constantino defendeu o presidente das críticas mundiais pelo desmatamento na Amazônia, afirmando que o "Brasil tem um líder que não se curva a pressões globalistas".
“Todos são culpados, menos o Bolsonaro. O Bolsonaro exaltou o auxílio emergencial, mas não mencionou que o Congresso aumentou os valores. Falou um pé na realidade. O presidente, certamente, não é culpado por tudo, mas o que se questiona é a forma como esse governo se comportas diante desses fenômenos", encerrou.
Edição: Rodrigo Chagas