A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) não descarta a possibilidade de uma segunda onda do coronavírus na América Latina e chama atenção das nações do continente para a necessidade de medidas de prevenção. Segundo Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da instituição, é preciso continuar com o distanciamento social, uso de máscaras, lavar as mãos e evitar aglomerações. "O importante é manter a curva achatada, para que o sistema de saúde consiga atender os casos graves.”
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Já o subdiretor da Opas, Jarbas Barbosa, ressaltou que o continente americano vive uma primeira onda prolongada e que as ações de contenção à propagação do vírus são essenciais. "Enquanto o vírus estiver circulando, precisamos manter as medidas", afirmou. Ele alertou para os recordes de casos registrados nos Estados Unidos nos últimos dias, que puxam os números das Américas para cima.
Nesta quarta-feira (4), o país contabilizou mais de 100 mil novas infecções em 24 horas. Na totalidade, as Américas registram mais de 21 milhões de casos da covid-19 desde o início da pandemia. O total de óbitos chega a 647.393. Os números são os mais expressivos entre todos os continentes do planeta.
No Brasil, São Paulo teme alta nos números
Nesta quinta-feira (5), o governo de São Paulo demonstrou receio de aumento de óbitos e casos nós próximos 10 dias, com o relaxamento do distanciamento social. A Secretária de Saúde do estado estima que o total de mortes pode chegar a 43 mil sem atenção às medidas. O número elevaria a média móvel de casos fatais por dia na região. A soma de casos tem potencial de alcançar 1,3 milhões no período.
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O estado tem hoje os maiores números absolutos de casos e mortes do Brasil e foi o primeiro a registrar o coronavírus em território nacional. Os infectados somam 1.125.936 e os óbitos chegam a 39.717. Ainda assim, o ritmo de propagação da doença em São Paulo vem diminuindo há mais de um mês. Para evitar reversão nesse cenário, o governo pede atenção da população, inclusive para reuniões sociais no ambiente doméstico.
"Temos que tomar cuidado com essas situações que são controláveis. Sempre reforço que em eventos sociais a maioria do contágio acontece dentro das famílias. Recomendo que usem máscara em casa. Se tem possibilidade de risco, com pessoas com comorbidade, é razoável usar em casa", disse o médico e coordenador do Centro de Contingência da covid-19 em São Paulo, José Medina.
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Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) até esta quarta-feira (4), 161.736 pessoas morreram em decorrência da covid-19 no Brasil. Foram confirmados 630 óbitos em um dia. O número de contaminados desde os primeiros registros do vírus em território nacional chega a 5.612.319. Nas últimas 24 horas, houve registro de 22.294 novos pacientes.
O que é o novo coronavírus
Trata-se de uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a Síndrome Respiratória Aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.
Como ajudar quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Edição: Rodrigo Chagas