Na ocupação Nova Esperança, em Campo Magro (a 10km de Curitiba), a terra em que 1,2 mil famílias lutam pelo direito à moradia também é solo fértil para a produção de alimentos agroecológicos. Na segunda-feira (2), a comunidade consolidou uma horta comunitária de 15 mil m², que vai garantir alimentação saudável e reforço na geração de renda aos moradores.
Mais de 20 mil mudas de hortaliças, além de sementes de amendoim, feijão, milho e abóbora cobriram a terra. O trabalho foi possível a partir de um mutirão com participação de aproximadamente 150 moradores, entre adultos, jovens, idosos e crianças.
::Artigo | A agroecologia em tempos de covid-19::
A orientação técnica ficou por conta de agrônomos, camponeses, técnicos e estudantes de agroecologia integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Eles são ligados à Escola Latino Americana e à Cooperativa Terra Livre, ambas localizadas no assentamento Contestado, na Lapa. Também foi de lá que vieram as mudas e o adubo utilizado no plantio. As sementes foram doadas pela Rede Sementes da Agroecologia (Resa) formada por “guardiões” de sementes crioulas.
Para Valdecir Ferreira, morador da ocupação e integrante da coordenação do Movimento Popular por Moradia (MPM), a criação da horta coletiva “é um passo gigantesco”, sinal do avanço da união entre o campo e a cidade e do fortalecimento da luta das famílias.
A abertura da atividade foi marcada por homenagens à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, e ao agricultor e militante do MST-PR Ênio Pasqualin, morto no último dia 24 de outubro. “Isso aqui é prova de que nossa luta e a luta dos companheiros que se foi em vão e nunca será”, disse Ferreira.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Gabriel Carriconde