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Mário Américo, o vereador

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Um candidato a vereador de Belo Horizonte, há muitos anos, prometia abrir um canal para levar o Oceano Atlântico até a Lagoa da Pampulha - Gibran Mendes / Fotos Públicas
Teve ordens para votar contra o seu próprio projeto, e votou

Mais uma eleição... Em outros tempos, diziam que eleição é uma festa da democracia, mas hoje não vejo muita gente animada, festejando e achando que estamos vivendo tempos democráticos.

Mas é melhor ter do que não ter. Embora eu mesmo já tenha dito que eleição é o jeito mais democrático de escolher quem vai nos ferrar a vida nos próximos anos, em algumas eleições foram eleitas pessoas que governaram para o povo.

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Claro que sempre teve candidato ruim, mentiroso, que só pensa em ter um cargo para encher os bolsos, não só com os seus salários, mas também com propinas para aprovar leis que beneficiam os ricos e com rachadinhas.

Até filhos do atual presidente são acusados de contratar funcionários com salários bem altos e pegar parte da grana de volta. Isto é a rachadinha.

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E tem os que fazem promessas absurdas. Um candidato a vereador de Belo Horizonte, há muitos anos, prometia abrir um canal para levar o Oceano Atlântico até a Lagoa da Pampulha, para que os mineiros da capital tivessem seu próprio mar.

Em Recife, um candidato prometia uma ponte de lá a Fernando de Noronha, que fica a 550 quilômetros de distância e o mar tem milhares de metros de profundidade.

E tem os que depois de eleitos viram pro lado oposto, traem o eleitorado.

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Um caso famoso de vereador que virou a bandeira foi Mário Américo, massagista da seleção brasileira de futebol nas copas da Suécia e do Chile.

Na época em que a ditadura balançava e não tinha futuro, Mário Américo se candidatou a vereador de São Paulo pelo MDB, partido de oposição. Na propaganda dele, não tinha ideias, só falava de suas mãos que massagearam Pelé, Garrincha, Didi e outros craques.

E foi eleito.

O MDB tinha uma assessoria boa e ele ia bem como vereador. Teve projetos bons, feitos pela assessoria.

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Mas aí veio a reforma eleitoral e ele bandeou para o partido de Paulo Maluf, acusado de comprar políticos. Tinha fama de ser dos mais corruptos da história.

E aconteceu que teve a votação de um projeto que Mário Américo apresentou quando era do MDB, mas que desagradava seu novo chefe, Paulo Maluf.

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Teve ordens para votar contra o seu próprio projeto, e votou. Aí foi desancado por vereadores da oposição, que o chamaram de corrupto, traidor e outros adjetivos bem ruins.

Quando era xingado, reagiu contra um vereador oposicionista. Gritou com ele:

- Vossa excelência está ofendendo a minha excelência.

Edição: Rogério Jordão