A Defensoria Pública do Peru fez um apelo nesta quinta-feira (12/11) para que o Executivo permita o desenrolar de manifestações e que a polícia peruana não realize repressões violentas.
Protestos foram convocados em diversas regiões do país para esta quinta contra a posse do novo presidente do país, Manuel Merino, que assumiu após o Congresso aprovar o impeachment do agora ex-mandatário Martín Vizacarra na última terça-feira.
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Desde a saída de Vizcarra, milhares de peruanos já foram às ruas para protestar contra o novo governo. Na última terça, protestos se estenderam pela madrugada, deixando muitos feridos e cerca de 30 detidos.
"É imprescindível que se ordene às forças policiais a garantir o desenrolar das marchas, apontando que devem utilizar a força somente quando for estritamente necessário sob os princípios de necessidade, proporcionalidade e razoabilidade", disse a Defensoria peruana.
O órgão ainda pediu que as forças de repressão do país "interrompam o uso de gás lacrimogêneo para não causar danos à população".
O Congresso do Peru aprovou nesta segunda-feira (09/11) o impeachment do presidente Martín Vizcarra por "incapacidade moral".
A moção para remover o chefe de Estado teve 105 votos favoráveis, superando os 87 votos necessários para destituir o mandatário no Parlamento.
O chefe do Congresso peruano, Manuel Merino, assumiu de forma interina a presidência e exercerá o cargo até a data prevista para o final do mandato de Vizcarra, em 28 de julho de 2021.
Em setembro, Vizcarra conseguiu sobreviver a uma votação para tentar destituí-lo, pois somente 32 parlamentares votaram pelo impeachment. Em 2019, o político de 57 anos também se salvou de uma tentativa de suspensão.
Vizcarra é acusado de ter aceitado propinas de empresas quando ainda era governador da região de Moquegua, no sul do Peru. O político se defendeu dizendo que as alegações são "infundadas".