Na Região Metropolitana do Recife, a campanha Mãos Solidárias criou a Rede de Bibliotecas Populares, que tem como objetivo construir junto com os moradores das periferias novas bibliotecas. Esses espaços são mantidos pela sociedade civil para ampliar o acesso da população à informação, à cultura e à literatura.
“Essa ideia ela surgiu a partir da construção das brigadas de solidariedade por meio dos agentes e das agentes populares de saúde, que vêm sendo construídas nos territórios na Região Metropolitana do Recife”, explicou Paulo Henrique, mobilizador da Rede de Bibliotecas Populares.
::Na Semana do Livro, Rede de Bibliotecas Populares é lançada no Recife::
“A princípio, nós estamos em vista de uma biblioteca em Paulista, na comunidade Vale da Paz, e outras tantas bibliotecas em Camaragibe, aqui no Recife, na grande Casa Amarela, no Morro da Conceição, em tantos outros espaços como o Ibura. Nós estamos dando esses passos a partir do trabalho dos agentes populares de saúde que estão diretamente ligados às comunidades”, disse.
A primeira biblioteca inaugurada nos territórios foi em Paulista, na comunidade Vale da Paz, através da mobilização dos agentes populares de saúde, moradores e do Instituto Reciclando Vidas.
“A sua criação está sendo um trabalho de formiguinha no dia a dia, para que realmente as crianças consigam compreender o que é descobrir o mundo através dos livros”, afirmou Vânia Lúcia Silva, moradora e professora de Educação Física do Instituto Reciclando Vidas. Confira a reportagem:
Além disso, o espaço é uma alternativa de local para as crianças brincarem, considerando o fechamento das escolas durante a pandemia. “Está sendo muito bom para as crianças que estavam fora da escola, e como a comunidade carente não tem muito com que os meninos brincarem. Então, eles estão se divertindo na biblioteca”, acredita Luciene Barros, agente popular de saúde e voluntária na biblioteca.
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Essa iniciativa é voltada não só para as crianças, mas também para democratizar a literatura para pessoas de todas as faixas etárias. “O Brasil tem um déficit histórico no que diz respeito ao acesso à literatura, à produção do conhecimento e a tudo o que já foi produzido historicamente pelo próprio povo brasileiro. Então, essa rede de bibliotecas populares nos territórios surge como uma proposta de podermos trabalhar com os povos nos territórios, nas comunidades, o acesso à literatura”, analisa Paulo Henrique.
Apesar de contarem com um espaço pequeno e limitado, a biblioteca trouxe novidade para os moradores. “A nossa biblioteca é uma sala quatro por quatro de alvenaria, sem reboco, telha brasilit, quente. Mas um quatro por quatro de muita produção, a criançada está se descobrindo, é muito interessante ouvir assim “poxa, eu nunca tinha entrado em uma biblioteca”, ressalta Vânia.
Como doar
Interessados em doar livros podem procurar a Biblioteca Popular Paulo Freire – Sede, no Armazém do Campo de Recife. Os livros podem ser de diversas áreas de conhecimento, como sociologia, história, filosofia e obras da literatura, sobretudo que instiguem reflexões sociais, organização popular e compromisso com um mundo melhor.
Fonte: BdF Pernambuco
Edição: Vanessa Gonzaga