Mais de duzentas organizações argentinas e 6.200 cidadãos assinam um documento apresentado ao governo argentino para exigir que a decisão de produzir o trigo transgênico HB4 seja revertida.
A resolução de produzir o novo trigo transgênico (trigo IND-ØØ412-7) foi divulgada em 9 de outubro através do boletim oficial do Ministério de Agricultura do país.
No abaixo-assinado intitulado “No nosso pão não”, as entidades afirmam que “o cultivo massivo desse trigo representaria o aumento exponencial da presença de agrotóxicos” nos pratos da população argentina, já que o pão é um dos principais alimentos consumidos no país.
O documento está composto por 20 pontos, através dos quais a sociedade civil argentina defende que a aprovação do trigo HB4 levará ao aumento do consumo de agrotóxicos, associados a enfermidades, além de atacar a soberania alimentar e a agroecologia praticada pelos produtores familiares e movimentos camponeses.
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A nota ainda destaca que não houve um processo participativo para a aprovação da decisão.
“Os cidadãos não puderam participar dos trâmites de aprovação deste evento transgênico, o que viola a Constituição Nacional e os tratados internacionais de direitos humanos”, diz o abaixo-assinado.
Assinam o documento diversas organizações camponesas, ecologistas e ligadas à agricultura familiar do país, movimentos populares e 15 cátedras universitárias sobre estudos sobre soberania alimentar e nutrição.
Para os mais de 6 mil firmantes, a resolução do Ministério da Agricultura representa uma “entrega aos capitais transnacionais”, já que a Monsanto é uma das principais acionistas da empresa argentina de biotecnologia Bioceres – que terá comercialização exclusiva do trigo transgênico.
A comercialização do trigo transgênico ainda precisa da aprovação do Brasil, principal comprador do trigo argentino.
Edição: Luiza Mançano