A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no município do Rio de Janeiro chegou a 95% na última quarta-feira (11). Na rede pública municipal, 239 dos 251 leitos estão ocupados por pacientes com a covid-19. E o número de casos na capital fluminense já chega a 124.912. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o Rio acumula 12.419 óbitos desde o início da pandemia.
O aumento do número de casos e de internações, com alerta para a possibilidade de atingir a ocupação total dos leitos, coincide com a decisão do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), de flexibilizar as medidas de segurança e isolamento que têm por objetivo evitar novas contaminações pelo coronavírus.
Na semana passada, ao liberar o funcionamento de bares, restaurantes e boates, Crivella afirmou, durante coletiva de imprensa, que a covid-19 "matou menos que o esperado no Rio", que a cidade não terá a chamada "segunda onda" com alta de novos casos e que "ninguém morreu por falta de leitos". Mas, segundo um levantamento da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DP-RJ), quase duas mil pessoas morreram aguardando internação.
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Na última terça-feira (10), profissionais de educação da rede municipal decidiram manter a greve, com aulas remotas, e não seguir a determinação da Prefeitura do Rio para que as aulas presenciais fossem retomadas na quarta-feira (11). O Sindicato Estadual dos profissionais de Educação do Rio (Sepe) vê riscos altos de contaminação para profissionais, alunos e familiares caso as aulas sejam retomadas.
O vereador Reimont (PT) entrou com uma ação popular com pedido de liminar de urgência contra o município do Rio de Janeiro para impedir que a prefeitura reabra as escolas municipais.
"Apesar de Crivella agir como se tudo estivesse 'normal', a pandemia não acabou. Nos últimos meses, o prefeito vem agindo sem responsabilidade e sem transparência com as profissionais e os profissionais de educação, alunos e familiares. Informações desencontradas e decisões autoritárias expõem a todas e todos, sem levar em consideração a saúde das pessoas, estrutura das escolas, os protocolos de segurança e as recomendações de especialistas", criticou o parlamentar.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Eduardo Miranda