Esquerda de fora

Rio de Janeiro: urnas confirmam disputa entre Paes e Crivella no segundo turno

Entre candidaturas favoritas, Martha Rocha (PDT) ficou em terceiro lugar com 11,30% e Benedita da Silva (PT) com 11,27%

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Paes Crivella prefeitura
O resultado é bem próximo da pesquisa de Boca de Urna, do Insituto Ibope, divulgada às 17h, deste domingo (15) - Reprodução e Agência Brasil

Está confirmado na capital do Rio de Janeiro o segundo turno entre o ex-prefeito da cidade Eduardo Paes (DEM) e o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos). Paes alcançou 37,01% dos votos válidos (974.549 votos) neste domingo (15), enquanto Crivella acumulou 21,90% (576.726 votos). Martha Rocha (PDT) ficou em terceiro lugar com 11,30% (297.689 votos) e Benedita da Silva (PT) em quarto com 11,27% (296.762 votos).

O resultado é bem próximo da pesquisa de Boca de Urna, do Instituto Ibope, divulgada às 17h, deste domingo (15), em que Paes aparecia com 39%, Crivella com 20%, Benedita com 14% e Martha Rocha com 11%.

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Também é um resultado que vinha se desenhando nas pesquisas de intenção de voto nas últimas semanas, mas não de forma absoluta. As pesquisas apresentaram variações sobre quem iria acompanhar Paes no segundo turno porque os outros três candidatos, Crivella, Benedita e Martha Rocha, estavam muito próximos, tecnicamente empatados. 

“Infelizmente os resultados das eleições não apresentam grandes surpresas no Rio, depois da desistência de Marcelo Freixo (Psol) que seria pela terceira vez candidato. Ele desistiu de concorrer em função da falta de unidade entre os partidos de esquerda, recordando que o PT aceitou a coligação e o Psol também, mas o PDT e o PSB não aceitaram. Se tivéssemos essa união poderíamos ter somado votos e, provavelmente, garantido um lugar no segundo turno”, avalia o sociólogo e militante da Consulta Popular, Rodrigo Marcelino. 

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Levantamento feito pelo Google, a partir das pesquisas de nomes de candidatos na plataforma na última hora antes da votação mostra que Crivella apresentou um crescimento de 24% na antevéspera do primeiro turno em comparação com duas semanas antes. Paes seguiu estável. Benedita e Martha Rocha diminuíram na reta final.

A hipótese de alguns pesquisadores do Google é de que a busca na plataforma serve de “santinho virtual” para os indecisos. Portanto que a busca no Google pelos nomes de um ou outro candidato nas vésperas da eleição indica que os mais procurados têm mais chance de serem eleitos ou de irem para o segundo turno de votação. 

“Crivella desidratou em um primeiro momento mas voltou a subir nas últimas pesquisas. Teremos um segundo turno entre a direita tradicional e a extrema direita ligada a segmentos religiosos e com grande afinidade com o governo Bolsonaro. Cenário difícil que se coloca para as forças democráticas e progressistas nesse contexto para 2022”, complementa.

Vereadores

No campo progressista, os vereadores mais bem votados na capital fluminense foram Tarcísio Motta (Psol), reeleito com 86.223 votos; o ex-deputado federal Chico Alencar (Psol) contabilizando 49.410 votos; o ex-senador Lindbergh Farias (PT) com 24.907 votos, que está com a candidatura anulada sob judice e alegou que irá recorrer; a arquiteta Tainá de Paula (PT), com 24.864 votos; ; a ex-companheira de Marielle Franco (PSOL), Mônica Benício, que contabilizou 22.912 votos; e o vereador Reimont (PT), que obteve 16.076 votos.

Segundo Rodrigo Marcelino, da Consulta Popular, o cenário das eleições para a Câmara dos Vereadores foi mais positivo para os partidos de esquerda, que devem ampliar suas bancadas na próxima legislatura da capital fluminense.

“A situação do Rio não é das mais agradáveis para as forças democráticas e progressistas, pelo menos no que diz respeito às eleições majoritárias. Nas proporcionais a esquerda formada por PT e Psol conseguiu novos parlamentares, o que não foi pouco para a atual configuração da Câmara”, avaliou o sociólogo.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda