O resultado da eleição municipal de 2020 mostra que os porto-alegrenses querem renovação de seus representantes políticos. Além do segundo turno não ter a presença do atual prefeito, Nelson Marchezan Junior (PSDB), trazendo Manuela D’Ávila (PC do B) como a esperança da esquerda em retornar ao Paço Municipal contra o candidato Sebastião Melo (MDB), que vai buscar apoio em partidos de direita e extrema direita, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre em 2021 vai ter mais negros e mulheres. Além disso, houve uma renovação de 55,5% das cadeiras do plenário, já que somente 16 dos 36 vereadores se reelegeram.
Leia mais: São Paulo renova Câmara Municipal com mais mulheres negras e sem policiais militares
O grande destaque da eleição legislativa foi o PSOL, que emplacou três candidatos entre os cinco mais votados: a atual vereadora Karen Santos, suplente em 2016 que assumiu após Fernanda Melchionna ser eleita deputada federal, foi a vereadora mais votada, com 15.702 votos. Em segundo lugar está Pedro Ruas, com 14.478 votos. Matheus Gomes, que estreia no Legislativo, ficou na quinta colocação, com 9.869 votos.
Também fizeram votações expressivas Felipe Camozatto (Novo), reeleito com 14.279 votos, na terceira colocação. Seguido pela Comandante Nádia, que era do MDB e foi reeleita em seu novo partido, o DEM com 11.172 votos. A partir do sexto vereador mais votado, José Freitas (Republicanos), eleito com 5.929 votos, todos receberam menos de 6 mil votos.
Enquanto novos nomes foram eleitos, como Matheus Gomes (PSOL), Leonel Radde e Laura Sito (PT), Bruna Rodrigues e Daiana Santos (PCdoB), candidatos tradicionais de diversos partidos ficaram de fora. Entre eles, Marcelo Sgarbossa, Engenheiro Comasseto e Adeli Sel do PT, Reginaldo Pujol e Mendes Ribeiro do DEM e Wambert di Lorenzo e Paulo Brum do PTB, que ficaram na suplência.
A eleição neste ano foi marcada pela proibição de coligações entre partidos nas disputas proporcionais. Situação que levou ao aumento considerável no número de candidatos, que chegaram a 855 nomes. Em 2016, foram 600 candidatos.
Mulheres quase triplicam
O número de mulheres na Câmara aumentou quase três vezes em relação à eleição anterior, passando de 4 para 11. Com isso, o Parlamento vai contar com 30,5% de mulheres, consagrando Porto Alegre como a Capital com maior número de eleitas, seguida por Belo Horizonte (26,8%), Natal (24,14%) e São Paulo (26,63%). Confira as eleitas por ordem alfabética:
Bruna Rodrigues (PCdoB)
Cláudia Araújo (PSD)
Comandante Nádia (DEM)
Daiana Santos (PCdoB)
Fernanda Barth (PRTB)
Karen Santos (PSOL)
Laura Sito (PT)
Lourdes Sprenger (MDB)
Mariana Pimentel (NOVO)
Mônica Leal (PP)
Tanise Sabino (PTB)
Enegrecimento da Câmara
Das 11 mulheres eleitas, quatro são negras: Karen dos Santos (PSOL), Laura Sito (PT) e Bruna Rodrigues (PcdoB), além de Daiana Santos (PCdoB), que é lésbica e passa a ser a representante LGBTQI no plenário. O cenário marca outra mudança no perfil dos eleitos, já que apenas em 1996 Porto Alegre elegeu uma mulher negra à Câmara, Teresa Franco, conhecida como “Nega Diaba”. Fechando a bancada de vereadores negros eleitos, que passou de um eleito em 2016 para cinco neste ano, está Matheus Gomes (PSOL).
Leia também: Vereadoras negras e trans estão entre as candidaturas mais votadas em 13 capitais
Maioria de homens brancos
Apesar do aumento da diversidade no Parlamento porto-alegrense, a maioria dos eleitos é de homens brancos. Totalizam 24 mandatos, o equivalente a 66,6% das 36 cadeiras.
Nova composição partidária
A composição partidária também mudou, com aumento de siglas que conquistaram um acento, que passa de 15 para 18. Porém a relação entre partidos mais alinhados à esquerda e à direita se mantém, com 13 e 23 eleitos respectivamente.
No campo progressista, neste ano, o PSOL conquistou quatro cadeiras, uma a mais que em 2016. O PCdoB conquistou duas vagas e volta a ter vereador, após ficar de fora na eleição anterior. O PDT perdeu uma cadeira em relação a 2016 e está com duas. O PSB também, de dois passa para um eleito.
À direita, o PSDB apresentou o melhor resultado, passando de um eleito em 2016 para quatro. O MDB, que havia conquistado o maior número de acentos em 2016, com cinco eleitos, perdeu duas vagas. O PP também perdeu duas vagas, tendo conquistado apenas duas neste ano. Da mesma forma o PTB perdeu uma vaga, ficando com três acentos em 2021.
Confira a distribuição por partidos
PSOL - 4
PT - 4
PSDB - 4
MDB - 3
PTB - 3
PCdoB - 2
PDT - 2
Novo - 2
PP - 2
Republicanos - 2
Cidadania - 1
DEM - 1
PL - 1
PRTB - 1
PSB - 1
PSD - 1
PSL - 1
Solidariedade - 1
Lista de vereadores/as eleitos/as por ordem de votação
Karen Santos (PSOL) - 15.702 votos
Pedro Ruas (PSOL) - 14.478 votos
Felipe Camozzato (Novo) - 14.279 votos
Comandante Nadia (DEM) - 11.172 votos
Matheus Gomes (PSOL) - 9.869 votos
José Freitas (Republicanos) - 5.929 votos
Alvoni Medina (Republicanos) - 5.720 votos
Leonel Radde (PT) - 5.611 votos
Mauro Zacher (PDT) - 5.520 votos
Laura Sito (PT) - 5.390 votos
Bruna Rodrigues (PCdoB) - 5.366 votos
Tanise Sabino (PTB) - 5.205 votos
Jonas Reis (PT) - 5.133 votos
Roberto Robaina (PSOL) - 5.105 votos
Kaka D'ávila (PSDB) - 5.101 votos
Mauro Pinheiro PL - 4.947 votos
Fernanda Barth (PRTB) - 4.909 votos
Alexandre Bobadra (PSL) - 4.703 votos
Moisés Barboza Maluco do Bem (PSDB) - 4.703 votos
Aldacir Oliboni (PT) - 4.612 votos
Ramiro Rosário (PSDB) - 4.471 votos
Mônica Leal (PP) - 4.140 votos
Cláudia Araújo (PSD)- 4.071 votos
Marcio Bins Ely (PDT) - 4.002 votos
Jesse Sangalli (Cidadania) - 3.814 votos
Daiana Santos (PCdoB) - 3.715 votos
Ferronato (PSB) - 3.684 votos
Mariana Pimentel (Novo) - 3.637 votos
Cassiá Carpes (PP) - 3.492 votos
Cezar Schirmer (MDB) - 3.484 votos
Giovane Byl (PTB) - 3.440 votos
Gilson Padeiro (PSDB) - 3.404 votos
Hamilton Sossmeier (PTB) - 3.299 votos
Idenir Cecchim (MDB) - 3.110 votos
Lourdes Sprenger (MDB) - 2.522 votos
Claudio Janta (Solidariedade) - 2.394 votos
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::
SEJA UM AMIGO DO BRASIL DE FATO RS
Você já percebeu que o Brasil de Fato RS disponibiliza todas as notícias gratuitamente? Não cobramos nenhum tipo
de assinatura de nossos leitores, pois compreendemos que a democratização dos meios de comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.
Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Rogério Jordão e Katia Marko