PANDEMIA

Com 99 mil casos confirmados, Venezuela anuncia fim da quarentena em dezembro

País foi o primeiro no continente a decretar isolamento social como medida de prevenção à covid-19

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |

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Depois de 7 meses de isolamento social, fim da quarentena busca promover turismo durante festas de fim de ano na Venezuela - Michele de Mello / Brasil de Fato

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou, no último domingo (22), que a partir de dezembro encerrará a quarentena radical em todo o país.

Com 99.835 mil casos registrados e 871 falecidos, a Venezuela é um dos países com as melhores taxas de recuperação da região, com mais de 94 mil pacientes curados, equivalente a 90%.

Desde 14 de março, havia sido decretado o isolamento social em todo território e a partir de maio os venezuelanos praticavam o esquema 7+7: uma semana de flexibilização e uma semana de quarentena restrita.

Também a partir de dezembro será reativado o turismo no país, com reabertura de hotéis e das praias. Além disso, no dia 6 de dezembro será realizado o processo eleitoral para escolher 277 deputados da Assembleia Nacional.

Maduro defende que o fim da quarentena em dezembro será para promover o reencontro das famílias em meio à pandemia. "Os excelentes resultados que tivemos com o método 7+7 Plus permitem que tenhamos uma flexibilização segura em dezembro", declarou o mandatário. 

O chefe de Estado ainda apresentou cifras da reativação econômica dos setores que abriram nas semanas de flexibilização, com destaque para os setor de serviços que já está 87% ativo e a indústria com 76%.

A Venezuela também é o primeiro país da região a testar a vacina russa contra o novo coronavírus. Em outubro, o governo de Vladimir Putin enviou o primeiro carregamento da Sputnik V, que está sendo testada em 2 mil voluntários venezuelanos.


A Venezuela aplica uma média de 62 mil provas de diagnóstico da covid-19 por milhão de habitantes. / Mincyt

Retorno ao país

Em setembro, o Estado venezuelano reativou o plano Vuelta a la Pátria (De volta à Pátria) para apoiar os cidadãos que migraram e querem voltar ao país, mas não tinham condições econômicas. Por conta da pandemia do coronavírus, muitos venezuelanos também haviam viajado temporariamente e não podiam retornar ao país.

Na última semana, 406 venezuelanos foram repatriados pelo programa. Ao todo mais de 95 mil já regressaram com ajuda do programa, cerca de 10,6 mil infectados com a covid-19. Todos devem cumprir quarentena por 15 dias ao ingressar no país. O Estado oferece alojamentos em hotéis e toda a medicação para tratamento dos doentes.


Unicef entregou mais de 5 milhões de doses de vacina contra tétano, poliomelite e outras doenças. / Prensa Presidencial

Ajuda humanitária 

No último domingo (22), a nação recebeu um novo carregamento de ajuda humanitária, oferecido pelo Fundo das Nações Unidas para  Infância (Unicef). São 5 milhões de doses de vacinas trivalente viral, para prevenir sarampo, rubéola e parotidite, a BCG para prevenir tuberculose, e contra a poliomelite. 

O envio irá colaborar com a campanha nacional de vacinação, que iniciou no dia 15 de setembro em todo o território venezuelano. 

Edição: Leandro Melito