O Brasil ultrapassou a marca de 170 mil mortes pela covid-19 nesta terça-feira (24), segundo dados Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass). Com o registro de 630 óbitos em 24 horas, os números totais chegaram a 170.115. A soma de pessoas que já se contaminaram pelo coronavírus em território nacional é de 6.118.708. Em um dia, houve a confirmação de 31.100 novos pacientes.
Novamente, o país registra patamares diários mais altos do que os observados nos meses de setembro e outubro. A percepção de que o surto cresce com maior velocidade no país é confirmada pelo aumento na taxa de propagação. Medida pelo Imperial College de Londres, a chamada Rt está em 1,3 atualmente. Isso significa que cada 100 pessoas têm potencial de infectar outras 130. O resultado é o maior desde maio.
Outro indicador que aponta para crescimento mais acelerado da covid no Brasil é o número de pacientes em observação, atualizado diariamente pelo Ministério da Saúde. Por quase três semanas o país conseguiu manter esses registros abaixo de 400 mil. Na quinta-feira passada (19), essa marca voltou a ser ultrapassada. Em um intervalo de cinco dias, o número saltou de cerca de 406 mil para 473 mil nesta terça (24)
Testes encalhados
O Ministério Público reagiu à denúncia de que o governo federal tem quase sete milhões de testes PCR prestes a vencer armazenados em Guarulhos e pediu investigações por parte do Tribunal de Contas da União (TCU). A quantidade de exames sem uso e que podem ir para o lixo é maior do que o total de testes desse tipo já aplicados no Brasil.
Entenda: Brasil se aproxima de 170 mil mortes por covid com 7 milhões de testes encalhados
No Congresso Nacional, a Comissão que acompanha as ações de combate ao coronavírus no Brasil quer uma audiência pública com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ainda não há data para a reunião, mas o ministro irá ao colegiado no dia 7 de dezembro para debater os gastos da pandemia e o relatório final da comissão deve ser apresentado em 18 de dezembro.
A denúncia foi feita no fim de semana passado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a publicação, os exames têm prazo de validade em dezembro e janeiro. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a dizer que a responsabilidade pelos exames é de estados e municípios, mas não explicou por que o material ainda está em um depósito do governo federal.
Mais um ministro infectado
Nesta terça-feira (24), o Ministério da Justiça e Segurança Pública confirmou que o ministro André Mendonça está com covid-19. A pasta informou que ele permanecerá em isolamento pelas próximas semanas e está bem. O coronavírus já infectou treze ministros do governo de Jair Bolsonaro. O próprio presidente e a primeira dama, Michele, também já foram contaminados.
Vale lembrar que, em março, ainda em meio aos primeiros casos no Brasil, quase vinte pessoas que integraram uma comitiva do presidente aos Estados Unidos voltaram para o Brasil com o coronavírus. Na ocasião, Bolsonaro já condenava o distanciamento social e chegou a participar de manifestações públicas, mesmo após contato com os infectados.
Saiba o que é o novo coronavírus
É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.
Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS). A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de “novo coronavírus”.
Como ajudar quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Edição: Rodrigo Chagas