Maior festa popular da Bahia, e uma das maiores do mundo, o Carnaval de Salvador não acontecerá em fevereiro de 2021. Em anúncio feito pelo prefeito ACM Neto, na manhã desta sexta-feira (27), a festa foi oficialmente suspensa em virtude da pandemia da Covid-19.
A realização em outro período do ano dependerá de vacina acessível a todos no país, afirmou o prefeito. A tradicional festa da virada do ano já havia sido suspensa anteriormente, substituída por uma live com os cantores Ivete Sangalo e Gusttavo Lima e show pirotécnico. O prefeito eleito Bruno Reis, atual vice, participou do pronunciamento.
Outras metrópoles já haviam tomado decisão semelhante, como é o caso do Rio de Janeiro, que cancelou o carnaval de rua e adiou os desfiles das escolas de samba para setembro. ACM Neto, que declarou ter aguardado até o último momento possível, lamentou ter de tomar a medida, tanto do ponto de vista do entretenimento como do ponto de vista econômico: o Carnaval gera empregos e movimenta uma cadeia produtiva que funciona durante todo o ano.
Impactos
A medida não afeta somente o carnaval. “Todo o calendário do verão de Salvador está comprometido. Não haverá festas de largo”, declarou o gestor. A lavagem do Bonfim, segunda maior manifestação popular da Bahia, comemorada em janeiro, na segunda quinta-feira após o Dia de Reis (06), leva milhares de pessoas em tradicional cortejo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no Comércio, até a Colina Sagrada, no bairro do Bonfim.
Segundo o prefeito, a festa poderá ter atos simbólicos, mas não o cortejo. A Festa de Iemanjá, que rende homenagens e presentes ao orixá conhecido como "a Rainha do mar", comemorada em 02 de fevereiro, no bairro do Rio Vermelho, também não será realizada.
“A pandemia trouxe uma situação terrível para a cultura, para o entretenimento da cidade de Salvador”, lamentou ACM Neto. “Imagina a gente não poder ter nada, não ter virada de ano, não ter Bonfim, não ter Iemanjá, não ter carnaval... Agora, a pergunta é: temos outra opção? Há outro caminho? Infelizmente, não”, conclui.
Além de serem eventos que marcam a cultura do povo baiano, as festas geram grandes impactos econômicos. No Carnaval de 2020, de acordo com dados da Secretaria de Turismo da Bahia, mais de 600 mil turistas se hospedaram em Salvador e em cidades do entorno, gerando uma receita de aproximadamente R$ 1,25 bilhão.
Fonte: BdF Bahia
Edição: Jamile Araújo