PANDEMIA AVANÇA

Pela 1ª vez, todas as regiões do Rio Grande do Sul estão em risco epidemiológico alto

Segundo o governo do RS, o estado passa pelo pior da pandemia do novo coronavírus até o momento

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Todas as 21 regiões receberam classificação preliminar de alto risco epidemiológico - Agência Brasil

Ao divulgar o mapa preliminar da 30ª semana do Distanciamento Controlado, nesta sexta-feira (27), que pela primeira vez trouxe todas as regiões gaúchas sob bandeira vermelha, o governo do Rio Grande do Sul afirmou, em nota, que o estado “passa pelo momento mais crítico da pandemia de coronavírus”. O Executivo destaca que o número de pacientes internados em leitos clínicos e em UTIs atingiu o pico da série histórica.

Conforme o governo, na quinta-feira (26), o estado chegou a 1.183 pacientes hospitalizados por conta do coronavírus e a 775 pessoas internadas em leitos de UTI. Com a manutenção do total de leitos e o aumento de 13% nos pacientes confirmados por covid-19 internados em UTI, houve nova redução de leitos livres, chegando ao menor nível desde o início do Distanciamento Controlado: 0,67.

O quadro fez com que o indicador específico, que mede a capacidade de atendimento do estado como um todo, recebesse a classificação de risco altíssimo (bandeira preta), cenário que se repete em cinco das macrorregiões (Metropolitana, Serra, Missioneira, Centro-Oeste e Norte).

Houve uma piora em diversos indicadores ao longo da última semana. O número de casos ativos para a doença cresceu 13% e ultrapassou a marca de 21 mil pessoas que tiveram diagnóstico positivo apenas nesse período. Além disso, pela primeira vez, ao menos três municípios tiveram média ponderada que as aproximou da classificação final em bandeira preta: Bagé, Erechim e Uruguaiana. Além de a situação piorar em toda a macrorregião Norte, Erechim foi a única cidade que alcançou classificação de risco máximo nos quatro indicadores regionais.

O governo informa que a situação piorou significativamente no último mês. De 30 de outubro a 26 de novembro, os indicadores apontam elevação de 26% no número de hospitalizações confirmadas pela doença (de 830 para 1.047), e aumento de 30% (de 712 para 928) de internados em UTI por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Além disso, o número de internados em leitos clínicos com coronavírus cresceu 54% (de 768 para 1.183) e o número de óbitos subiu 31%, de 211 para 276.

Até o momento, o mapa mais avermelhado já visto pelo RS foi o preliminar da 15ª rodada, que apresentou 16 regiões com risco alto. Após recursos, o mapa definitivo, vigente entre os dias 18 e 24 de agosto, trouxe 14 regiões em vermelho. Veja o mapa preliminar da 30ª rodada em distanciamentocontrolado.rs.gov.br.

Hospitais devem manter capacidade máxima 

Em meio ao agravamento da pandemia no Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS) publicaram, nesta sexta-feira (27), um alerta à rede hospitalar gaúcha relativo ao aumento da demanda de atendimento de pacientes com covid-19 nas próximas semanas. O texto orienta a reativação de estruturas e equipes de profissionais da saúde assim como estavam estruturadas no primeiro pico da pandemia.

De acordo com o governo estadual, o documento tem o intuito de evitar sobrecarga do serviço público de saúde, solicitando que os hospitais adotem medidas de interesse público. O objetivo é garantir atendimento de pacientes em situações graves e de urgência, seja por covid-19 ou não, especialmente nas áreas de oncologia e e de cirurgias em geral.

“Para os pacientes com covid-19 recomenda-se uma área isolada, como vem sendo realizado, mas caso não exista a possibilidade de isolamento, deve-se igualmente internar o paciente, isolando-o como possível”, explica o diretor do Departamento de Regulação Estadual, Eduardo Elsade.

A nota recomenda que seja avaliada a suspensão, se necessária, das cirurgias eletivas que não comprometam a saúde do paciente e também recomenda que não ocorra redução da força de trabalho no período de final de ano e verão. As instituições hospitalares devem continuar atualizando diariamente a ocupação de pacientes e disponibilidade de leitos no sistema de informações da SES. Leia aqui a nota informativa na íntegra.

*Com informações da Secretaria Estadual de Saúde.


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Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira