REPRESENTATIVIDADE

Dos 92 municípios do RJ, apenas 15 serão governados por pessoas não brancas

Mulheres irão comandar 11 cidades no estado, apesar de regra sobre divisão de verba em campanha existir desde 2018

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Partido Social Cristão (PSC) e o Partido Progressista foram os que mais conquistaram prefeituras no estado do Rio - Eu voto em negra / Divulgação

Os números das eleições municipais de 2020 revelaram que mesmo com cotas raciais e de gênero não houve mudanças significativas. Nas 94 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes prevaleceu a eleição de homens brancos. No estado do Rio de Janeiro, a situação não foi diferente. Apenas 11, dos 92 municípios, elegeram para o cargo máximo do executivo mulheres. Pessoas autodeclaradas pretas e pardas à Justiça Eleitoral conquistaram 15 prefeituras.

De acordo com os dados disponíveis no portal Divulgação das Candidaturas e Contas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral, apenas duas mulheres pardas foram eleitas no estado do Rio de Janeiro: Lucimar do Dr. Flávio (PL), no município de Paracambi, na região metropolitana, e Geane (PSD), na cidade de Cardoso Moreira, no norte fluminense. 

Com relação aos candidatos autodeclarados pretos, apenas dois homens se elegeram: Jorge Henrique (Solidariedade) no município de Mendes, na Mesorregião Metropolitana e Clementino da Conceição (PL) em Santa Maria Madalena, na Região Serrana.

Leia mais: Abstenções, votos nulos e brancos superam soma de votos de Eduardo Paes e Crivella

O Partido Social Cristão (PSC) e o Partido Progressista (PP) foram os que mais conquistaram prefeituras no estado do Rio. Ao todo, cada um fez 11 prefeitos. O Partido Liberal (PL) e o Democratas (DEM) empataram em segundo lugar com dez prefeituras cada um. Em terceiro, ficou o Solidariedade com nove. O resultado aponta uma tendência conservadora e à direita nos municípios do Rio.

Cotas raciais

Neste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) colocou em vigor o critério racial para a divisão de tempo e verba do fundo eleitoral dos partidos. A decisão, proferida em caráter liminar, foi uma resposta a uma consulta feita pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol). Em agosto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao ser consultado pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), havia decidido que as regras entrariam em vigor apenas nas eleições de 2022. Porém, o STF adiantou a medida e obrigou que a verba do fundo eleitoral fosse dividida de maneira proporcional à quantidade de candidatos negros e brancos. A exigência relativa às mulheres já existe desde 2018. 

Leia mais: Das 25 capitais brasileiras com eleição, apenas uma será comandada por mulher

O Fundo Eleitoral reservou, neste ano, R$ 2,035 bilhões para as legendas distribuírem aos seus candidatos. A direção dos partidos estabeleceu os critérios dessa distribuição, seguindo a regra de proporcionalidade entre homens e mulheres (nunca inferior a 30%) e brancos e negros, sem um percentual determinado.
 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda