O presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou que deixaria a presidência de maneira voluntária, caso a oposição ao seu governo conquiste a maioria das 277 cadeiras da Assembleia Nacional, nas eleições do próximo domingo.
"Se a oposição ganhar as eleições, eu não continuarei aqui. Deixo meu destino nas mãos do povo da Venezuela", afirmou durante o encerramento de campanha do Grande Polo Patriótico – chapa governista que concorre às eleições parlamentares.
(VIDEO) Presidente Maduro: Si vuelve a ganar la oposición la Asamblea Nacional, yo dejo la presidencia. No me quedaré más aquí. Dejo mi destino en el pueblo de Venezuela. ¿Cinco años más con la oposición dirigiendo la Asamblea Nacional? No. Así no. Tomaremos otro camino. pic.twitter.com/fXDnp5ibLB
— Luigino Bracci Roa (@lubrio) December 1, 2020
O chefe de Estado, no entanto, não deixou claro se pediria renúncia ou se apoiaria um referendo revogatório – figura jurídica prevista na Constituição venezuelana, que pode ser acionada a partir da metade do mandato.
O processo eleitoral do dia 6 de dezembro irá determinar os parlamentares dos próximos cinco anos e marcará o fim da atual legislatura, de maioria opositora. Desde 2015, o parlamento foi presidido por representantes dos quatro maiores partidos de oposição, entre eles o deputado Juan Guaidó. O chamado G4 utilizou a Assembleia para promover sanções contra o seu próprio país, a fim de atacar o governo chavista.
O chefe de Estado assegurou que "aceita o desafio", mas que não poderia aceitar mais cinco anos com a oposição controlando o legislativo.
Apesar das declarações, Maduro não prevê uma derrota da chapa governista, pelo contrário, convocou o povo venezuelano a selar uma "grande vitória com votos de consciência" no pleito do fim de semana.
Entre os principais candidatos do Grande Polo Patriótico estão a primeira dama, Cília Flores, o filho do presidente, Nicolás Maduro Guerra, e o ex-ministro Jorge Rodríguez, que atua como chefe de campanha do bloco liderado pelo PSUV.
Edição: Rodrigo Chagas