A Petrobras divulgou, no último dia 27, um comercial em que defende a privatização de parte de seus ativos. Na plataforma Youtube, mais de 40 mil espectadores informaram que "não gostaram" do vídeo, enquanto 2,7 mil aprovaram.
"Construímos tudo isso juntos, com muito trabalho e suor. Mas a Petrobras precisa seguir outro caminho", diz a propaganda. Em seguida, o comercial informa que a estatal pretende concentrar seus ativos na exploração e produção do petróleo em águas profundas, e que venderá "algumas operações" no Brasil e no exterior.
Leia mais: Lucros altos, investimentos baixos: como o desmonte da Petrobras impacta na sua vida
Dados do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) mostram que, ao focar na exploração e produção, a empresa abre mão de sua operação mais lucrativa: o refino. Cada R$ 1 bilhão investido em exploração e produção gera R$ 1,28 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB) e 26.319 ocupações. Cada R$ 1 bilhão investido em refino implica na geração de R$ 1,27 bilhão no PIB e 32.348 ocupações.
Aprofunde-se: Com função social enfraquecida, Petrobras reduz produção e prejudica trabalhadores
Desde 2018, o governo já se desfez indiretamente de 16,2% das ações ordinárias (com direito à voto) da Petrobras – a Caixa vendeu R$ 9,6 bilhões e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) R$ 22 bilhões. Com isso, o Estado passou a deter apenas 50,2% da petroleira, o limite para manter seu poder de decisão.
Somente durante a pandemia, o atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, colocou 382 ativos à venda, segundo o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP).
Edição: Rodrigo Chagas