Exposição ao sol

Biópsias para detectar câncer de pele caíram 48% na pandemia

No Dezembro Laranja, dermatologistas alertam para importância de exame

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Pintas escuras na pele que passam a modificar com o tempo também podem ser um sinal de tumor; deve-se buscar um especialista.
Pintas escuras na pele que passam a modificar com o tempo também podem ser um sinal de tumor; deve-se buscar um especialista. - Foto: Pixabay

Com a pandemia da Covid-19, a população deixou de buscar consultas médicas de forma geral. Com isso, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a SBD, houve uma queda de 48% no número de biópsias para detecção do câncer de pele. Os dados são relativos apenas aos atendimentos do SUS.

A SBD reforça que cabe aos gestores de saúde se planejarem para solucionar esse problema, já que a tendência é um acúmulo de atendimento na rede pública nos próximos meses.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o câncer de pele corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país, com mais de 170 mil casos novos por ano. Por isso, a Sociedade Brasileira de Dermatologia lança o dezembro laranja, campanha contra o câncer de pele.

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Suely Caron, artista plástica, explica como descobriu a doença.

"Tive câncer de pele, o mais simples de todos, que é o basocelular, muito comum em pessoas de pele clara. Descobri porque coçava e era uma bolinha pequena nas costas. Meus filhos falavam 'parace que você tem uma bolinha nas costas', mas era pequenino. Fui ao médico, ele retirou no ambulatório", relata.  

Já a aposentada Carmen Lúcia Ramalho fala que faz exames de rotina anuais para verificar marcas na pele.

"Eu tive um carcinoma, uma mancha vermelha nas costas, diferente das outras, irregular e com uma coloração diferente. Operei, fiz uma cirurgia e dela para cá não tive mais nada. Faz uns trinta anos isso. Todo ano eu vou ao dermatologista e retiro sempre alguns sinais, porque tenho muitos, mas até agora, graças a deus, não deu mais nada", relata.  

O médico Elimar Gomes, coordenador nacional do Dezembro Laranja, explica como funciona a regra do ABCDE, um autoexame da pele, com forma de diferenciar pintas e lesões comuns daquelas suspeitas de melanoma, o tipo de câncer de pele mais agressivo.

"O 'A' é de assimetria. Ou seja, um lado da pinta não é igual ao outro. O 'B' é de bordas, que são irregulares e recortadas. O 'C' é cores, múltiplas cores, uma área preta, outra castanha, outra vermelha. O 'D' é de diâmetro. Essas lesões devem ser avaliadas quando têm mais de meio centímetro de diâmetro. E o 'E' é de evolução.Ou seja, as pintas não devem se modificar de forma importante ao longo da vida", explica.   

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O médico reforça que este tipo de câncer está diretamente relacionado aos efeitos da radiação ultravioleta na pele.

Por isso, é preciso reforçar os cuidados com o sol: evitar exposição ao sol entre 9h 15h, além de sempre utilizar protetor solar com fator de proteção maior de 30. Para bebês abaixo dos 6 meses, não é recomendado o uso de protetor solar, e deve ser evitada a exposição deles ao sol.