Vereadora mais votada da história de Belo Horizonte, Duda Salabert (PDT) foi ameaçada de morte. Por e-mail, um homem afirma que invadirá a escola em que a parlamentar, que é uma mulher trans, trabalha, para assassinar crianças e, depois, a política.
“Vou invadir uma sala de aula do Bernoulli e vou matar todas as vadias, todos os negros (que infelizmente serão poucos, 1, ou 2 cotistas) e depois vou te matar”, afirma o homem na mensagem, identificado, segundo a vereadora eleita, como Ricardo Wagner Arouxa.
Ainda na mensagem, o homem afirma que cometerá o crime por estar desempregado e sua esposa com câncer de mama, “enquanto você ganha um salário de vereador...eu juro, mas eu juro que vou comprar duas pistolas 9 mm.”
Salabert usou o Twitter para divulgar a mensagem. “Ontem recebi esse e-mail. E pior: o grupo odioso enviou esse mesmo e-mail para a escola em que trabalho e para os donos e para a direção da escola. É uma estratégia não só para me intimidar, como também para forçar que a escola me demita."
Ainda de acordo com a parlamentar, o nome Ricardo Wagner Arouxa está associado a um grupo neonazista. Outras ameaças de morte na internet teriam sido feitas pelo mesmo autor, em episódios recentes. A vereadora informou que irá à Polícia prestar queixa e exigir que o crime seja investigado.
Estou sofrendo ameaças de morte. Ontem recebi esse e-mail. E pior: o grupo odioso enviou esse mesmo email para a escola em que trabalho e para os donos e para a direção da escola. É uma estratégia não só para me intimidar, como também para forçar que a escola me demita. pic.twitter.com/FaayymIjin
— Duda Salabert ♥️ (@DudaSalabert) December 4, 2020
Outro caso
Depois de tornar-se a primeira vereadora negra eleita da história de Joinville, a maior cidade de Santa Catarina, no último dia 15 de novembro, a professora Ana Lúcia Martins sofreu ameaças nas redes sociais. Em uma das mensagens, uma pessoa afirma: “agora só falta a gente matar ela e entrar o suplente que é branco (sic)".
“Sabia que não seria fácil. Estava ciente de que enfrentaria uma certa resistência em uma cidade que elegeu apenas na segunda década do século 21 a primeira mulher negra. Só não esperava ataques tão violentos”, afirmou Martins, em suas redes sociais.
Edição: Rodrigo Durão Coelho