A Organização Mundial da Saúde (OMS) endureceu os apelos para que o mundo se empenhe em garantir igualdade na distribuição de vacinas contra o novo coronavírus.
Nesta sexta-feira (4), o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a crise global exige soluções compartilhadas como bem público e não "matérias-primas privadas que aumentam as desigualdades" e excluem nações mais pobres.
"Deixe-me ser claro. Simplesmente não podemos aceitar um mundo no qual os pobres e marginalizados sejam pisoteados pelos ricos e poderosos na corrida pelas vacinas", enfatizou ele.
As afirmações foram feitas durante a cúpula virtual da Organização das Nações Unidas (ONU), que tratou da pandemia. No evento, Tedros afirmou ainda que a humanidade vê "a luz no fim do túnel" para a emergência sanitária. Mas relembrou que o mundo tem diversos outros desafios.
Artigo | A vacina não é suficiente
"Não existe vacina contra a pobreza, não existe vacina contra a fome. Não existe vacina contra a desigualdade. Não existe vacina contra as mudanças climáticas", disse o diretor.
Em todo o mundo, mais de 65,6 milhões já tiveram a covid-19, segundo dados da Universidade John Hopkins, que monitora a pandemia globalmente. Em pouco menos de um ano desde a descoberta do novo coronavírus, o total de óbitos superou 1,5 milhão. O Brasil está entre os três países que mais apresentam casos e mortes em todo o planeta.
Números brasileiros
Nesta sexta-feira (3), o Brasil registrou 46.884 novos infectados pelo coronavírus. Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), o número de contaminados desde que o vírus chegou ao país soma 6.533.968. Com os dados mais recentes, o total desta semana já está acima de 243 mil e o país completa o terceiro período seguido de alta.
Ainda de acordo com o Conass, em um dia houve a confirmação de 694 óbitos. O total de mortes em sete dias deve ficar acima da marca de 3 mil novamente. O número total de vidas perdidas para o coronavírus em território nacional chega a 175.964.
Abrasco cobra planejamento no Brasil
A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) criticou duramente a falta de um planejamento para vacinação no Brasil por parte do Ministério da Saúde. Em nota, a entidade apontou que o "desmonte" da pasta "cobra seu preço". Segundo o texto "foi apresentado um anêmico plano para a campanha nacional".
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Para a Abrasco falta transparência e proposição de metas. A entidade afirma ainda que o Ministério da Saúde atua com "covarde submissão" à politização da vacina, encabeçada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. A entidade recomenda ainda ações de reastreamento de imunizados e investimento em pesquisas sobre imunização e aspectos pós-vacinação.
Saiba o que é o novo coronavírus
É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.
Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS). A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de “novo coronavírus”.
Como ajudar quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Edição: Leandro Melito