Saara Ocidental

Estados Unidos e Israel se somam ao Marrocos contra a libertação do povo saaráui

Trump comemorou a aproximação dos países nesta quinta-feira (10), em meio à escalada dos conflitos no Norte da África

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Benjamin Netanyahu (primeiro-ministro de Israel), Donald Trump (presidente dos EUA) e Maomé VI (rei do Marrocos): juntos pela dominação do Saara Ocidental - TASOS KATOPODIS, MAYA ALLERUZZO, HANDOUT / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / POOL / MOROCCAN ROYAL PALACE / AFP

O presidente estadunidense, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (10) um documento em que reconhece a soberania do Reino do Marrocos sobre o território do Saara Ocidental, no Norte da África. A Frente Polisário, que é o movimento de libertação saaráui, luta há décadas pela autodeterminação desse povo e declarou estado de guerra no último 13 de novembro, quando forças marroquinas atacaram a região de Guerguerat, onde civis protestavam pacificamente. 

Também nesta quinta, Israel e Marrocos retomaram as relações diplomáticas, em ato que Trump definiu como "um passo decisivo para a pacificação do Oriente Médio". A notícia foi recebida internacionalmente como uma sinalização de apoio de Israel às forças marroquinas que ocupam ilegalmente o território do Saara Ocidental, e de legitimação por parte do Marrocos à opressão israelense contra o povo palestino.

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Maria José Conceição, presidenta da Associação de Solidariedade e pela Autodeterminação do Povo Saaráui (Asaaraui), considera "lamentável" a atitude do presidente dos EUA. "Do ponto de vista prático, há de se aguardar a posse de Joe Biden [presidente eleito] para saber [o que vai acontecer], embora saibamos que a maioria dos deputados democratas dão apoio incondicional a Israel", analisa.

"Nos territórios, continua a mobilização, o enfrentamento. Nossa atitude nesse momento é trabalhar com a publicização da solidariedade, aumentando esse movimento para que mais gente no mundo saiba o que está acontecendo, possa tomar partido e apoiar a libertação desse povo", finaliza a ativista.

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Edição: Vivian Fernandes