Estamos diante de uma bomba relógio que está armada nos litorais brasileiros
Cresce de forma assustadora o número de internações em leitos de UTI e de mortes por covid-19 em cidades e regiões que são tradicionais destinos turísticos de final de ano. Mas ao mesmo tempo não vemos nenhuma ação por parte do governo federal, nem dos governos estaduais ou ainda uma ação conjunta dos prefeitos dessas regiões, de forma metropolitana, de forma regional.
Leia mais: Bolsonaro não utilizou R$ 5,6 bilhões liberados para enfrentamento da pandemia
Um dos exemplos é o que acontece na Baixada Santista do estado de São Paulo. Nós temos algumas das cidades que estão com lotação total dos leitos do Sistema Único de Saúde para a covid-19. Inclusive no litoral sul vimos um impacto muito importante. Cidades grandes que às vezes aumentam a pressão sobre as outras cidades pobres da Baixada com um aumento no registro de mortes nas últimas 24h, como é o exemplo da cidade de Santos.
Ao mesmo tempo isso aumenta o fluxo de turistas, de pessoas que vão pra essas regiões no final do ano, que se preparam para estar lá durante o verão. Inclusive está ocorrendo lotação de locação de casas, de pousadas e de hotéis. Enquanto isso, o Ministério do Turismo toma uma ação absolutamente irresponsável que diz que "não é pra fazer nada, nós precisamos voltar a ganhar dinheiro e crescer", no que eles chamam de "mercado do turismo".
Leia também: Sociedade Brasileira de Infectologia atualiza recomendações para combate à covid-19
É gravíssimo o que está acontecendo. Nós deveríamos ter neste momento planos regionais, por parte dos governos estaduais, chamando os prefeitos de forma consorciada para a expansão dos serviços de saúde, para a expasão da testagem e para discutir medidas conjuntas de restrição, para que não tenhamos aglomerações e reduzindo o contato entre as pessoas.
Estamos diante de uma bomba relógio que está armada nos litorais brasileiros, sobretudo naqueles que são grandes destinos turísticos das grandes metrópoles do país. Que é o caso da Baixada Santista e os litorais norte e sul de São Paulo, o Rio de Janeiro e o litoral de Santa Catarina.
Leia ainda: Gestão Bolsonaro na berlinda: estados e municípios cobram agilidade com vacina
Em todas essas regiões já podemos ver um crescimento absurdo de lotação de internações por covid-19 e sabemos que isso pode aumentar ainda mais porque sequer chegamos no final do ano e no início forte da temporada de verão.
Edição: Rogério Jordão