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Abismo social

Pandemia deve acelerar desigualdade nos EUA, que já é a pior dos últimos 50 anos

O 1% mais rico concentra 35% do total de riquezas do país; tendência é de agravamento com a pandemia da covid-19

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16.dez.2020 às 17h17
Los Angeles (EUA)
Eloá Orazem

Centenas de sem-teto buscam por doações em Boston, Massachusetts, em 10 de dezembro de 2020 - Joseph Prezioso/AFP

Nos Estados Unidos, a conta da pandemia chegou. Um estudo coassinado pelo economista David Cutler, professor da Harvard, calcula em US$ 16 trilhões os gastos do país com a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus. O prejuízo social, porém, deve ser ainda maior – e incalculável.

"Diversos pesquisadores já acenam para um aumento terrível da desigualdade. Embora o relatório oficial da Oxfam, que indica o crescimento da fortuna dos bilionários, só seja publicado em janeiro, nós sabemos desde já que as pessoas mais ricas do mundo enriqueceram grandemente em meio a pior crise da história moderna", disse ao Brasil de Fato o geógrafo social Danny Dorling, professor da Universidade de Oxford e autor do livro Inequality And The 1% (Desigualdade e o 1%, em tradução livre). 

De acordo com o último Censo estadunidense, publicado no início de 2020, a desigualdade no país já é a maior dos últimos 50 anos, com 1% das pessoas mais ricas acumulando 35% de toda a riqueza local. 

"Importante lembrar que, quando falamos de desigualdade, não estamos falando de pobreza. Pobreza diz respeito a padrões absolutos, enquanto a desigualdade tem a ver com a distância que separa as pessoas. Quanto mais alguém tem em comparação aos demais?", explica Dorling.

:: Leia mais: No Dia de Ação de Graças, povos indígenas dos EUA não têm o que comemorar ::

Embora esse abismo social possa ser medido por diferentes parâmetros, o professor inglês ratifica que, no momento, a maior desigualdade é mesmo a financeira, uma das mais cruéis. "Dinheiro é seu passaporte para a liberdade, porque permite que você coma quando tem fome, se agasalhe quando tem frio e viaje quando desejar", completa.

Segundo o estudioso, até mesmo a expectativa de vida de um indivíduo e seu grau de felicidade está ligado ao dinheiro, e a discrepância entre os ganhos de pessoas numa mesma sociedade são não apenas injustificáveis, mas antinaturais.

"A igualdade está na nossa biologia. Por muito tempo, a nossa sobrevivência dependeu da manutenção do nosso funcionamento como grupo e, de certa forma, ainda depende. E temos o exemplo mais claro disso em nossas casas: uma família saudável opera coletivamente para atender às necessidades de cada um e cobrar o que lhes é possível dentro de suas habilidades. Você não cria uma competição entre os seus filhos para saber quem vai jantar esta noite, você alimenta os dois".

À medida que se normaliza a desigualdade, aceitando que uns ganhem muito mais que os outros, as pessoas passam a ser vistas como descartáveis, relatou ao Brasil de Fato o economista sérvio-estadunidense Branko Milanovic, professor visitante do Centro de Pós-graduação da Universidade da Cidade de Nova York e pesquisador sênior afiliado no Luxembourg Income Study.

"Essa faceta mais cruel da desigualdade, de nos desumanizar, ficou muito evidente nesta pandemia. Temos aqui a democracia mais poderosa do mundo prestes a chegar aos 300 mil mortos pelo novo coronavírus, tratando sua população como cadeiras: quebrou uma, compramos outra", diz Milanovic.

:: Leia também: Tomar ou não tomar a vacina? Eis a questão nos Estados Unidos ::

Pessimista quanto a uma revisão da consciência e da economia mundial, o professor alerta ainda para o fato de o Brasil seguir o passo dos Estados Unidos. "Tenho acompanhado as notícias do país e o pouco cuidado do governo com as vidas locais. Historicamente, Brasil e Estados Unidos tiveram uma formação semelhante, com um profundo e doloroso processo de escravização. Uma nação que perpetua a escravidão, por tanto tempo, aprende a naturalizar certas desigualdades", afirma.

Para o estudioso, as ferramentas que podem promover a igualdade social continuam as mesmas: adequação dos impostos, aumento do salário mínimo e organização de sindicatos, mas há uma alternativa pouco explorada no território estadunidense, que é a desmonopolização.

"Monopólios são poderosos e perigosos. Vemos, por exemplo, Jeff Bezos comandando uma das empresas mais ricas do planeta e, ao mesmo tempo, controlando veículos de imprensa. Acusamos a Rússia e a China de serem nações controladoras, mas temos aqui o controle de uma nação na mão de poucos", afirma o economista.


O abismo social que separa ricos e pobres ficou mais profundo durante a pandemia / AFP

Reforma Tributária

Na pauta do presidente eleito dos EUA, Joe Biden, que chega à Casa Branca em 20 de janeiro, estão previstas mudanças no sistema tributário do país e uma política mais enfática contra as grandes companhias de tecnologia.

O democrata propõe elevar para 28% a cobrança de impostos de corporações e para 39,6% os impostos de renda de famílias que ganhem mais de US$ 1 milhão por ano. Mudanças nas taxas aplicadas a heranças e capitais também estão no plano de governo do democrata. 

:: Leia mais: Opinião | Estados Unidos x Irã: impérios não esquecem ::

Caso sejam aprovadas e colocadas em prática, as novas medidas devem trazer entre US$ 2 trilhões e US$ 3 trilhões aos cofres públicos na próxima década. Mas mais do que engordar as contas do Estado, os especialistas lembram que a desigualdade só é combatida com a distribuição, e não com a arrecadação.

"O problema é que, quando alguém tem muito dinheiro, isso lhe dá o direito de fazer com que outras pessoas façam suas tarefas. Você tem alguém limpando sua casa, cortando sua grama e até cuidando dos seus filhos. Todas as coisas normais que alguém faz para si passam a ser feitas por  empregados. Então, permitir que alguém tenha muito dinheiro reduz a liberdade dos outros. Nenhum ser humano precisa de outra pessoa para basicamente limpar seu quarto. Honestamente, se você não consegue manter o seu quarto limpo, qual o seu problema?", questiona Dorling.

Editado por: Raquel Setz e Vivian Fernandes
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