Sem o SUS, não é possível vacinar a população
Entidades que atuam em defesa da saúde pública lançaram a campanha O Brasil Precisa do SUS, na terça-feira (15), para cobrar medidas de autoridades políticas em prol de verbas para a área e de comprometimento com a vacinação contra a covid-19.
A ideia é encampar uma mobilização social para que o Congresso garanta o orçamento necessário para as demandas do SUS em 2021. Além disso, busca-se assegurar que a vacina contra o novo coronavírus chegue a toda a população brasileira.
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“Diante da omissão, diante do negacionismo, diante de todas as dificuldades que esse governo federal está impondo à população brasileira, nós nos unimos, várias entidades da saúde, organizações nacionais, para fazer uma grande mobilização em função de que o Brasil não precisa passar por isso. O Brasil poderia estar enfrentando melhor a pandemia”, justifica Gulnar Azevedo, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
As entidades elaboraram um documento político, intitulada “Carta ao Povo Brasileiro”, entregue a parlamentares junto com recomendações para o enfrentamento à pandemia atual.
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“Nós entregamos, ao Congresso Nacional e ao Ministério da Saúde, um plano nacional de enfrentamento com 70 recomendações às autoridades políticas, sanitárias, gestores do SUS e sociedade em geral, do que deveria ser feito para o enfrentamento da pandemia, novamente chamando a atenção da omissão e da irresponsabilidade do governo federal”, explica Gulnar.
Segundo ela, para que o país vença a covid-19, é preciso que toda a população – mesmo quem tem plano de saúde particular – se una em favor do SUS.
“Sem o SUS, não é possível vacinar a população. Sem o SUS não é possível atender todos os doentes que vão precisar de assistência hospitalar, de leitos da UTI. Sem o SUS, as vacinas não chegam às unidades básicas para fazer vacinação. Sem o SUS, nada disso vai acontecer, inclusive para quem tem plano privado, porque é o SUS que vai fazer a vigilância das vacinas. Ou seja, toda a população precisa do SUS e precisa, mais do que nunca, defender que ele seja fortalecido.”
Edição: Rodrigo Chagas