Bolsonaro não se esforça para isso porque é um negacionista
Cada vez fica mais explícito a falta de vontade do governo Bolsonaro de garantir um plano nacional de imunização para todas e todos no enfrentamento à covid-19.
Bolsonaro não se esforça para isso porque é um negacionista em relação às vacinas, não à toa 2019 já foi o pior ano do programa nacional de imunização deste século. Bolsonaro não investe nisso porque não quer investir mais recursos na área da saúde. Quando ele fala de credito de R$ 20 bilhões, a primeira coisa que ele diz é que "muita gente vai querer ganhar dinheiro com esse programa de vacinas", em vez de falar da importância para a saúde – e inclusive para a economia – de vacinar toda a população.
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E Bolsonaro não quer porque, para fazer um plano de vacinação para todos é necessário compartilhar com estados, municípios, com a ciência, com instituições públicas, com o nosso grande SUS. Por isso, o nosso papel é, com ou sem Bolsonaro, construir um plano nacional de vacinação para todas e todos.
A semana que passou foi de avanços importantes em relação a isso.
No espaço do Congresso Nacional aprovamos uma emenda à lei de diretrizes orçamentárias para 2021, que cria uma ação própria para a vacinação da covid-19 exigindo que o governo federal separe recursos próprios pra isso e estabelecendo como meta a vacinação de toda a população apta a receber a vacina até o final de 2021. Isto está como regra do orçamento de 2021.
Na Câmara dos Deputados, conseguimos aprovar a medida provisória da vacina que cria a obrigação de um programa universal de vacinação para toda a população iniciando pela população mais vulnerável, como idosos, profissionais da saúde, trabalhadores da educação e serviços essenciais. Esse programa mantém um conjunto de prioridades que haviam sido retiradas por Bolsonaro como as populações em situação de privação de liberdade.
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Para além disso essa nossa medida provisória aprova, explicitamente, que Bolsonaro não pode exigir termos de consentimento e estabelece que um conjunto de agências internacionais podem ser certificadoras da vacina. Ou seja, a Agência Sanitária da Argentina, do Canadá, do Reino Unido, dos Estados Unidos, da Coreia, da Rússia, da China e do Japão. Caso alguma dessas entidades tenha aprovado vacinas, a Anvisa tem no máximo cinco dias para aprovar a autorização emergencial aqui no Brasil.
E a ação dos partidos de oposição, PT, Rede, PCdoB, PDT e PSB, junto ao Supremo Tribunal Federal, fez com que a Suprema Corte convocasse o governo a apresentar o plano de vacinação exigindo o calendário de inicio e de término, o que joga mais pressão ainda obrigando o governo a se mexer em relação a isso.
Com ou sem Bolsonaro, teremos que ter vacina para todos já. Cada um pode fazer a sua parte e criar instrumentos para que isso possa acontecer no Brasil.
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Edição: Rodrigo Chagas