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Natal: solidariedade move militantes do MST em distribuição de quentinhas em SP

Entidade entrega 50 marmitas para população em situação de rua e lembra luta contra o aumento da fome

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
MST doou durante o ano 3.800 toneladas de alimentos produzidos de forma sustentável e distribuiu 700 mil marmitas nas diferentes regiões do país - Giorgia Prates

Em clima de Natal e solidariedade, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST)  distribui quentinhas, na tarde desta quinta-feira (24), pela região do Brás, em São Paulo (SP). De caráter simbólico, a ação mira o atendimento a 50 pessoas que vivem em situação de rua no local. O dirigente David Zamory, da representação da entidade no estado, conta que a iniciativa se comunica com a luta contra o aumento da fome, um mal que se multiplica pelo país na esteira da crise socioeconômica.

“Existe uma solidariedade que a gente chama de ‘empresarial’, que tem um objetivo mais assistencialista ou de promover marcas. O nosso objetivo, não. O nosso é criar laços de solidariedade, e foi a partir desses laços que foram criados neste processo que a gente decidiu fazer mais esta ação agora”, afirma o dirigente, ao resgatar as múltiplas iniciativas de doação ao próximo por parte do movimento ao longo deste inesperado 2020.

Ao todo, o MST doou 3.800 toneladas de alimentos produzidos de forma sustentável e distribuiu 700 mil marmitas nas diferentes regiões desde que a pandemia se anunciou em território nacional. Ele conta que, desta vez, a entidade tem a parceria da Rede Rua, que ajuda nos fluxos e contatos com a população-alvo da ação, e também do Armazém do Campo. Este último ingressou na corrente por meio do fornecimento dos produtos utilizados nas quentinhas.

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“Esta última semana do ano geralmente tem poucas ações nesse sentido. As pessoas esquecem um pouco porque estão se confraternizando, então, a ideia é fazer isto agora, continuar construindo esses laços entre a classe trabalhadora  porque a gente sabe que só com essa unidade que a gente vai conseguir mudar essa situação (3:26)”, incentiva Zamory.

Por fim, ele antecipa que o movimento já trabalha a ideia de uma nova ação em 31 de dezembro, na mesma região de São Paulo. A proposta é se associar a motoristas de aplicativo para entregar as refeições pelas ruas. A combinação lembra, inclusive, a luta do segmento, que se sobressaiu este ano por meio de uma movimentação organizada e pulverizada que rendeu a primeira greve nacional da categoria em busca de direitos.  

“A ideia de fazer ação conjunta é fortalecer esses vínculos e, com isso, fortalecer a luta de todos os trabalhadores”, encerra David Zamory.  

Edição: Rodrigo Chagas