Depois de precisar de aparelhos para respirar por conta da infecção por covid-19, a maioria dos pacientes apresenta alguma sequela seis meses após a internação. Foi o que constatou o estudo divulgado neste sábado (9) pela revista científica "The Lancet", do Reino Unido. Segundo a pesquisa, os sintomas mais comuns são fadiga e fraqueza muscular.
Segundo os cientistas envolvidos no trabalho, como os danos da covid-19 para a saúde ainda levantam muitas dúvidas, o objetivo foi "descrever as consequências a longo prazo para a saúde de pacientes que receberam alta hospitalar, assim como investigar os fatores de risco associados".
O estudo acompanhou 1.733 pacientes que contraíram a doença, com idade média de 57 anos. Todos receberam alta do Hospital Jin Yin-tan, em Wuhan, entre janeiro e maio de 2020. Wuhan é a cidade chinesa onde o coronavírus foi identificado pela primeira vez.
"Os sobreviventes apresentavam principalmente fadiga ou fraqueza muscular, assim como dificuldades para dormir, ansiedade ou depressão. Os pacientes que ficaram mais enfermos durante a internação hospitalar tiveram alterações na função pulmonar e manifestações anormais nas imagens do tórax", diz outro trecho do estudo.
"Sem" anticorpos
Outro dado divulgado pelo estudo também incluiu 94 pacientes nos quais os níveis de anticorpos no sangue foram registrados no pico da infecção. Seis meses depois - prazo do estudo - os níveis de anticorpos neutralizantes contra o vírus, destes pacientes, caíram para menos da metade.
A pesquisa dos cientistas tem como objetivo fornecer informações para que se entenda as consequência da covid-19 na vida das pessoas a longo prazo. Enquanto isso, a melhor forma de prevenção continua sendo o distanciamento social, uso de máscara e higiene adequada das mãos.
Edição: Geisa Marques