"Campeões de arroz orgânico". Foi assim que o jornal francês Le Monde definiu o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em matéria publicada online em 2 de janeiro e no formato impresso no dia 3. A reportagem destaca que o movimento "assumiu a agroecologia antes de todo mundo", ainda na década de 1990.
Lembrado como o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, o MST foi destacado pelo veículo de comunicação por sua produção recorde em 2020, quando o movimento produziu 15 mil toneladas de arroz sem agrotóxicos somente no Rio Grande do Sul.
:: Maior produção de arroz orgânico da América Latina é do MST ::
"O MST ocupa um lugar essencial, cultivando dezenas de produtos sem agrotóxicos em todo o Brasil, de arroz a vegetais, passando por café, cacau, mel e até mandioca", diz um trecho da matéria assinada pelo repórter Bruno Meyerfeld, enviado especial ao município de Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul.
A cidade foi lembrada como o local de uma das fazendas-modelo mantidas pelo MST no Brasil. "Ao longo de pequenas trilhas arborizadas, alinham-se casinhas bem cuidadas com gramados bem aparados, com garagem, piscina, câmeras de vigilância e vista para os arrozais", diz o repórter sobre o assentamento do MST em Nova Santa Rita.
:: Nova Santa Rita se torna referência no estado em produção orgânica ::
Ataques de Bolsonaro ao MST
O jornal destacou o crescimento do movimento dos sem-terra no Brasil ao longo dos dois governos do presidente Lula (PT), período em que os trabalhadores rurais foram beneficiados com cerca de 50 milhões de hectares de terras brasileiras.
Ao contrário disso, o jornal enfatiza os ataques do presidente Jair Bolsonaro contra o movimento sem terra brasileiro, "um dos alvos preferidos do presidente de extrema direita, fervoroso defensor do agronegócio e do tripé alimentos transgênicos-monocultura-agrotóxico".
:: "Terrorismo é o que seu governo faz", responde liderança do MST a ataque de Bolsonaro ::
Edição: Camila Maciel