A Câmara dos Representantes aprovou nesta quarta-feira (13) um novo impeachment do de Donald Trump – o segundo do mandato – com votos de democratas (que controlam a Casa) e de republicanos, partidários do presidente. Trump não é afastado imediatamente, já que cabe ao Senado fazer o julgamento final, o que pode acontecer só após o fim do governo.
Trump está sendo acusado de “incitação a insurreição” por ter estimulado extremistas a invadirem o Capitólio na semana passada.
Foram 232 votos a favor e 197 contra. Dez republicanos se juntaram a 222 democratas para impedir o presidente, no impeachment com maior apoio bipartidário no passado recente. Quatro deputados não votaram.
No primeiro impeachment de Trump, em 2019, todos os republicanos votaram a favor do presidente. Com o resultado, ele vira o primeiro mandatário da história norte-americana a sofrer dois impeachments durante o mandato.
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O texto segue para o Senado, onde não deve ser votado antes do fim do mandato de Trump, que termina no dia 20. O líder da maioria, o republicano Mitch McConnell, disse que não irá convocar a Casa para sessões antes da posse do presidente eleito Joe Biden. Trump pode sofrer impeachment mesmo depois de deixar o cargo, já que a Casa, na verdade, fará um julgamento do mandatário.
Além disso, ainda existe a possibilidade de que Trump seja proibido de se candidatar novamente. Para aprovar o impeachment, é necessário haver 67 votos a favor, 2/3 da Casa; para Trump perder os direitos políticos, basta maioria simples. A partir deste mês, os democratas terão maioria simples exata e poderão sancionar futuras candidaturas do presidente caso ele seja impedido.
Como foi a votação
Ao contrário do que aconteceu na última votação de impeachment de Trump na Câmara, diversos republicanos votaram pelo afastamento do presidente do cargo. Dentre eles, está Liz Cheney, republicana do Wyoming e filha do ex-vice-presidente Dick Cheney (2001-2009).
“Tudo o que aconteceu foi culpa dele. Nada disso teria acontecido sem o presidente. Eu votarei para impedi-lo”, disse Cheney em nota divulgada nesta terça (12).
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Já a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse que Trump é “um perigo claro e presente à nação”. “Nós não podemos escapar da história. Nós seremos lembrados apesar de nós mesmos”, afirmou, citando o ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln. “Ele precisa ir”.
O líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, chamou o dia da invasão de “o pior dia que vi no Congresso”, mas, mesmo reconhecendo a responsabilidade de Trump, se recusou a votar a favor do impeachment – disse que prefere formar uma comissão para investigar o caso e a aprovação de uma moção de censura ao presidente.
"O presidente é responsável pelo ataque de quarta-feira ao Congresso por manifestantes. Ele deveria ter denunciado quando viu o que estava acontecendo", afirmou.
Durante a sessão, Trump soltou uma nota – via escritório de imprensa da Casa Branca, já que está banido do Twitter, sua rede predileta – dizendo que, por conta de “relatos de novos protestos, insisto que NÃO deve haver violência, NÃO deve haver violações à lei e NÃO deve haver vandalismo de qualquer tipo”.