As pessoas não vão fazer Enem nas condições que gostariam
A manutenção do calendário do Exame Nacional do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 por parte governo federal é um dos destaques do programa Bem Viver desta sexta-feira (15).
As provas estão marcadas para os próximos dias de domingo, sendo 17 e 24 deste mês de janeiro. A exceção é no Amazonas, onde uma decisão liminar determinou a suspensão do exame.
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Para entender um pouco do contexto na realização das provas, o Bem Viver entrevistou a médica infectologista Marise Mattos, que é diretora de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina. Ela também atuou por 28 anos na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de janeiro.
"Não estamos vivendo uma situação usual, habitual. As pessoas não vão fazer Enem nas condições que gostariam. Passamos um ano aprendendo a ter equilíbrio e controlar as emoções. E agora, no momento da prova, mais do que nunca é o momento de, além de cumprirmos as regras da prova, as regras necessárias para não se contaminar nem levar contaminação para outras pessoas", destacou Marise Mattos, que também já foi professora da na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A médica destacou a importância de cada pessoa fazer a sua parte para evitar contaminação de covid-19 por via aérea ou em superfícies. Ela sugere a imaginação de um raio de distanciamento entre cada pessoa que seja equivalente ao espaço delineado pelos braços abertos.
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Além disso, Marise Mattos alerta para a atenção necessária na quantidade de tempo no uso da máscara, não ultrapassando, por exemplo, mais que três horas com o mesmo equipamento, que é de uso obrigatório.
As recomendações da entrevistada adentram ainda dicas sobre a escolha da roupa para o momento da prova e atenção para evitar o compartilhamento de objetos, a exemplo de emprestar uma caneta.
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O Bem Viver também apresentou os protocolos para realização das provas em meio à pandemia do novo coronavírus.
Situação no Amazonas
O programa abordou também a situação alarmante da segunda onda da covid-19 no estado do Amazonas. Dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) apontam que tanto o número de mortes como o de novas contaminações mais que dobraram nas últimas semanas. Além disso, relatos nas redes sociais narraram a falta de oxigênio nas unidades de saúde, misturando medo, indignação e revolta.
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“Uma situação terrível que nós temíamos e denunciamos. Nesse momento, faço um apelo a todas autoridades que se unam para que possamos de forma emergencial encontrar solução. Transportar oxigênio de outros estados em caráter de guerra é uma necessidade para salvar vidas”, afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Vianna.
A edição atualiza ainda a situação no estado amazonense, em que o poder executivo determinou a requisição administrativa de eventual estoque ou produção de oxigênio de 17 empresas.
Mata Atlântica
Por outro lado, o Bem Viver apresentou um dado importante para o meio ambiente. No quadro Momento Agroecológico, a edição anunciou o balanço da coleta de sementes feita pela Rede do Vale do Ribeira (SP) no ano de 2020. Ao todo, foram 750 kg de sementes de 118 espécies da Mata Atlântica.
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O trabalho foi feito por 33 famílias das comunidades quilombolas de Nhunguara, André Lopes, Maria Rosa e Bombas. O compartilhamento de vida botânica foi feito através do método muvuca.
"A muvuca é uma mistura de várias qualidades de sementes que serão levadas para uma região que precisa ser semeada. Geralmente é feita em áreas que não têm árvore nenhuma. Então é uma mistura que junta sementes com areia e coloca no maquinário. Ou se faz na mão mesmo quando não tem maquinário", explica Maria Tereza, que mora na comunidade Nhunguara.
Produção da Rádio Brasil de Fato vai ao ar de segunda a sexta-feira / Brasil de Fato / Bem Viver
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Edição: Daniel Lamir